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74% das mulheres em Brasília já sofreram violência no deslocamento

A pesquisa realizada em setembro pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber, ouviu mais de 4.000 brasileiras que utilizam diferentes formas de transporte no seu cotidiano

74% das mulheres em Brasília já sofreram violência no deslocamento e 9 em cada 10 acham que a segurança das mulheres deve ser prioridade nas eleições municipais. De acordo com a pesquisa, a maioria das mulheres querem mais policiamento e iluminação, e apoio de políticas públicas que contribuam para aumentar sua sensação de segurança quando se movimentam pela cidade de Brasília.

A pesquisa realizada em setembro pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber, ouviu mais de 4.000 brasileiras que utilizam diferentes formas de transporte no seu cotidiano. O estudo, de abrangência nacional, também destaca resultados de nove capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Os resultados evidenciam a permanência de um padrão preocupante: a maioria das entrevistadas relatou ter enfrentado situações de violência, como importunação, assédio sexual e até estupro, durante seus deslocamentos pelas cidades.

Júlia Reinheimer Brito, 20 anos, estudante, relata o assédio que sofreu quando era menor de idade: “Quando eu tinha 17 anos, tentaram tirar uma foto da minha bunda debaixo do vestido no ônibus aqui em Brasília. Tinha eu e mais umas 8/10 pessoas em pé eu estava pegando transporte para ir ver uma exposição no Museu Nacional”

“Estava usando um vestido acima do joelho e, como o ônibus estava meio lotado, tive que ficar em pé. Fiquei em frente a um homem que estava sentado em um dos bancos mais baixos, mexendo no celular. Em um determinado momento, ele fingiu que derrubou o celular no chão. Quando se abaixou para pegar, tentou tirar uma foto por baixo do meu vestido. . Peguei o celular dele, devolvi e perguntei: ‘É isso que você quer?’ Ele ficou em silêncio, apertou o botão de parada e desceu do ônibus. Provavelmente, ele sabia que qualquer palavra poderia gerar uma discussão, então foi melhor ter saído. Ele claramente sabia que estava errado, e quando percebeu que eu notei o que estava acontecendo, desceu sem dizer nada.”, complementa a estudante.

Cláudia Lustosa, 55 anos, conta da vez que um homem aproveitou da situação da lotação e de estar sentada para esfregar as partes íntimas em seu ombro “Muita gente no ônibus, o cara que estava um pouco atrás ficou esfregando o pênis duro de propósito no meu ombro, na época, essas ações eram normalizadas mas aquilo me incomodou muito, eu pedi para ele se afastar ele negou e eu decidi descer o mais rápido possível!”.

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