Agentes cumprem 11 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão no DF, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Chefes de facção criminosa estão presos em Brasília e Porto Velho; segundo PF, plano envolvia sequestro de autoridades.
A Polícia Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) deflagraram, na manhã desta quarta-feira (10), uma operação contra grupo suspeito de planejar fugas de chefes de uma organização criminosa presos nas penitenciárias federais de Brasília e de Porto Velho, em Rondônia.
Agentes cumprem 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal; nas cidades de Campo Grande e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul; e em São Paulo, Santos e Presidente Prudente, no estado de São Paulo. Entre os alvos da operação está a esposa do traficante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Segundo a PF, além do provável resgate dos presos, a organização criminosa pretendia sequestrar autoridades para conseguir a soltura de criminosos, dentre outras ações.
Policiais cumpriram mandado de busca contra a esposa de Marcola em uma casa em Alphaville, na capital paulista. Em março deste ano, ele foi transferido da Penitenciária Federal de Brasília , onde estava preso desde 2019.
Os alvos que já estavam presos antes da operação e que, segundo as investigações, seriam resgatados nos planos de fuga são:
- Marcos Willians Herbas Camacho
- Edmar dos Santos
- Cláudio Barbará da Silva
- Reinaldo Teixeira dos Santos
- Valdeci Alves dos Santos
- Esdras Augusto do Nascimento Júnior
Em Brasília, os alvos são quatro advogadas dos detidos – três delas tiveram as prisões decretadas. Já no Mato Grosso do Sul, são dois alvos. Em São Paulo, pelo menos seis advogados são investigados na ação, além de parentes dos chefes da organização criminosa.
Planejamento
De acordo com a PF, o plano contava com uma rede de comunicação entre os presos e os suspeitos de estarem envolvidos no resgate. A troca de mensagens era mediada por advogados, segundo as investigações.
Durante os atendimentos dos clientes, os defensores usavam códigos com situações jurídicas que não existiam de fato, apontam os investigadores.
A Polícia Federal afirma ainda que, além dos resgates dos chefes do grupo, a organização criminosa pretendia sequestrar autoridades do Depen para exigir a soltura de criminosos.
Em nota, o Departamento Penitenciário Nacional informou que os presos envolvidos ingressaram nos presídios federais em fevereiro de 2019, “justamente em decorrência da descoberta, pelas autoridades do estado de São Paulo, de plano de fuga que, à época, já estava em articulação por tais líderes, então custodiados na Penitenciária Estadual de Presidente Venceslau II”.
Ações de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional detectaram que as tratativas persistiram mesmo após o ingresso no SPF. O Depen passou a compartilhar informações com a Polícia Federal.
Segundo o órgão, “foi possível a compilação de elementos de prova suficientes para a identificação e agora a interrupção das ações criminosas”. A operação ganhou o nome de “Anjos da Guarda”, em referência aos profissionais de segurança pública.