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Mãe e bebê morrem durante parto no Hospital Regional de Samambaia, no DF; família fala em negligência

Segundo marido de Mariana Cardoso Vieira, pacientes internados com ela disseram que mulher vomitou e urinou sangue. Secretaria de Saúde diz que seguiu todos os protocolos previstos.

Mariana Cardoso Vieira, de 37 anos, estava grávida de 41 semanas e esperava uma menina, Luíza Vitória. No entanto, mãe e filha não resistiram ao parto e morreram no Hospital Regional de Samambaia, no Distrito Federal, neste sábado (22). Para o pai da criança, houve negligência médica.

“Pessoas que estavam [com Mariana] disseram que ela chegou a vomitar e urinar sangue. Quando chamaram o médico, disseram que isso era normal”, afirmou o marido e pai das vítimas, Hudson de Oliveira

Segundo a família, a bolsa de Mariana rompeu na madrugada de sexta-feira (21) para sábado. No entanto, 24 horas após a chegada dela ao hospital, a equipe médica desistiu de um parto normal e optou pela cesárea.

O marido registrou um boletim de ocorrência na 26ª Delegacia de Polícia, em Samambaia. Questionada, a Secretaria de Saúde disse que a equipe induziu o parto normal porque a gestante apresentava os parâmetros adequados.

Ainda segundo a pasta, a bebê foi retirada sem sinais de vida. No entanto, a SES-DF não respondeu qual foi a causa da morte, nem explicou por que o marido de Mariana não pôde acompanhá-la desde o início da internação, contrariando o que diz a lei.

Hudson afirma que chegou ao hospital com Mariana na sexta, mas foi informado que só poderia acompanhar a esposa quando ela entrasse em trabalho de parto.

Em seguida, o impressor gráfico deixou a mulher na unidade de saúde e retornou para casa. Após a bolsa estourar, na madrugada, ela começou a passar mal e ligou para o marido.

“Ela fez chamada de vídeo. O médico pediu para que ela fosse banhar para ver se diminuía [a dor]. Ela me pediu socorro. Ela disse que ia morrer. Eu não fui para lá porque eu não ia poder entrar”, conta.Segundo relatos de mulheres que estavam internadas com Mariana, a gestante chegou a vomitar e urinar sangue durante a madrugada. Hudson retornou ao hospital, no dia seguinte, e encontrou a esposa em trabalho de parto. No entanto, quando os médicos retiraram a bebê, ela já estava sem vida.

“Eles ficaram tentando ressuscitar ela (sic). Quando eles viram que minha esposa estava muito grave, me tiraram da sala e chamaram outra equipe médica de cirurgia geral para poder cuidar dela”, diz Hudson.

Durante a operação, Mariana perdeu muito sangue e teve o útero rompido. Ela passou a tarde internada na UTI do hospital, em estado grave. Porém, não resistiu e morreu na noite de sábado.

Esta era a quarta gestação de Mariana, que deixa uma filha de 19 anos e um filho de 10 anos, de outro relacionamento. Era a segunda gravidez dela e de Hudson. Na primeira, a mulher sofreu um aborto espontâneo.

“Se ela estivesse aqui hoje, nós estaríamos celebrando. Minha neta e minha nora estariam comigo. Eles tiraram ela de mim”, afirma Marleide Serafim, mãe de Hudson. 

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