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Às vésperas do Dia de Finados, placas de bronze são furtadas de túmulos em cemitério de Brasília

Visitantes deram falta dos itens em vários jazigos, na unidade da Asa Sul. Empresa diz que reforçou segurança e que vai repor placas, sem custo, para famílias que tenham contrato vigente.

Às vésperas do Dia de Finados, visitantes do Cemitério Campo da Esperança na Asa Sul, em Brasília, descobriram que placas de bronze, que identificam os túmulos, foram furtadas.

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), entre sábado (22) e esta segunda-feira (24), duas ocorrências de furto de placa foram registradas. Porém, no cemitério, é possível ver que o número é bem maior. Diversos túmulos estão com as placas retiradas. Questionada, a empresa Campo da Esperança, concessionária que administra o cemitério, diz que, no último mês, reforçou a segurança do local, e contratou uma empresa de vigilância especializada, que atua com seguranças armados. Até então, eles trabalhavam desarmados.

A concessionária afirma ainda que “repõe sem custos adicionais as plaquetas furtadas das sepulturas com contrato de manutenção vigente. As famílias lesadas devem registrar a ocorrência na administração do cemitério para que as providências sejam tomadas A família do empresário José Agostinho Santos tem o costume de fazer a manutenção dos jazigos do pai e da sogra. Ele contratou um jardineiro para plantar grama nova, colocar flores e limpar o espaço. Porém, o funcionário percebeu que duas plaquinhas tinham sido furtadas.

“A gente se dedica tanto, vem aqui sempre. Todo mês estamos aqui para visitar o túmulo. Foi um sentimento ruim mesmo. Estou muito chateado. Deixa a gente em um vazio muito grande, a gente vir aqui e encontrar uma situação dessas”, afirma.

A empresária Malu Palma percebeu o crime quando esteve no cemitério na segunda-feira (24).

“Quando eu cheguei lá, me deparei com todas as placas, todas as placas dos túmulos foram furtadas. A priori, eu pensei que eram só algumas placas do lado do túmulo dos meus pais, mas não. Quarta-feira é [Dia de] Finados. E aí? Como vamos identificar os túmulos? Quem vai arcar com esse prejuízo material e emocional?”, questiona.

A uma semana do dia de Finados, placas de identificação de túmulos são furtadas no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília

A situação no setor de pioneiros, na altura da quadra 705, é umas piores do cemitério. Praticamente todas as placas de metal, principalmente de bronze, foram furtadas. São raros os túmulos que ainda têm algum tipo de informação sobre as pessoas enterradas no local.

O pai de Márcio Rodrigues da Cunha foi sepultado no Campo da Esperança da Asa Sul há 14 anos. Segundo ele, duas plaquinhas de identificação foram levadas no último fim de semana. Apenas a foto ficou no túmulo.

“Dia 17 de outubro, fez 14 anos que ele partiu e a gente relembrou os bons momentos que ele deixou aqui. Meu pai é eterno para nós, porque ele conduziu nosso caminho, ele conduziu a gente. Então, a gente vem agradecer pela vida dele. E aí a gente vê o desrespeito. As pessoas hoje estão muito, digamos, não estão vendo o sentimento da família”, lamenta Márcio.

Segurança

Segundo a administração do Cemitério Campo da Esperança, as placas de bronze são as mais furtadas, porque são vendidas para serem derretidas. Por isso, o cemitério está mudando o material das trajas de identificação colocadas nos túmulos.

Parte das famílias paga R$ 832 por ano à empresa, por um contrato de manutenção. No entanto, de acordo com funcionários da própria companhia, o dinheiro não é investido em segurança.

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