Eduardo Rodrigues Silva é suspeito de participar de esquema de lavagem de dinheiro e receptação de joias. Neymar deve prestar depoimento como testemunha, já que recebeu joias dele; g1 tenta contato com defesa dos envolvidos.
Eduardo, alvo de operação no DF, ao lado dos jogadores Mbappé e Daniel Alves — Foto: Instagram/Reprodução
Alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal, suspeito de integrar um esquema de agiotagem, Eduardo Rodrigues Silva ostentava uma vida de luxo nas redes sociais e aparecia em fotos ao lado de astros do futebol, como os brasileiros Neymar — intimado a depor como testemunha no caso —, Daniel Alves e o francês Kylian Mbappé.
Além do esquema de empréstimo ilegal de dinheiro, Eduardo também é investigado por receptação de joias e pedras preciosas e lavagem de dinheiro (veja detalhes abaixo). Ele está foragido. Outras três pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira (27), por participação no esquema. Os nomes não foram divulgados.
Nas redes sociais, Eduardo postou fotos no aniversário de Neymar, em Paris, em 2019. À época, a imprensa informou que as despesas dos convidados brasileiros para participar do evento foram custeadas por patrocinadores do jogador, de acordo com a Polícia Civil.
Investigação
A Polícia Civil do DF deflagrou, nesta sexta-feira, uma operação para investigar o grupo suspeito de agiotagem, receptação de joias e pedras preciosas e lavagem de dinheiro. Agentes cumpriram mandados de busca em uma joalheria de Taguatinga, em um cassino de pôquer em Águas Claras e em uma marina da Asa Norte. Segundo as investigações, o grupo movimentou R$ 16 milhões, entre 2019 e 2021.
A Polícia Civil afirma ainda que os suspeitos faziam empréstimos a juros superiores aos permitidos legalmente e cobravam os valores mediante ameaças. Nas cobranças, o grupo também exigia transferência e entrega de veículos como garantia, de acordo com a corporação. Os alvos da operação são donos de um cassino de pôquer em Águas Claras, onde também ocorriam os esquemas de agiotagem, principalmente entre os jogadores que se endividavam durante as partidas.
Polícia Civil do DF apreendeu lancha em caso que Neymar deve prestar depoimento como testemunha — Foto: PCDF/Reprodução
Segundo a polícia, a lavagem de dinheiro da agiotagem e da receptação das joias e pedras preciosas roubadas acontecia por meio de contas bancárias de seis empresas de fachada, em Brasília e em Goiânia. Um “laranja” também foi preso.
A Justiça determinou ainda a apreensão de dois veículos de luxo e uma lancha avaliada em R$ 2 milhões, além de R$ 16 milhões de cinco contas dos investigados. Segundo a Polícia Civil, um dos presos já se envolveu em crimes como extorsão, receptação, furto e homicídio. Outro alvo, que está cumprindo prisão domiciliar, é considerado foragido pela corporação.