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Negócio de família: parente de acusado de chefiar manipulação de jogos disse em depoimento que foi convencido a participar de esquema durante churrasco

Zildo Peixoto contou que começou a apostar com Bruno Lopez no início deste ano, com a proposta de R$ 10% de comissão. MPGO acusou Zildo por integrar o núcleo de apostadores.

Em depoimento, o empresário Zildo Peixoto Neto, acusado em esquema de manipulação de resultados de jogos de futebol, disse que foi convencido a entrar no grupo por Bruno Lopez em um churrasco de família. Zildo, que é primo de Camila Silva, esposa de Bruno, falou que o chefe do esquema ofereceu comissão de 10% em apostas.

Em nota, o advogado Diego Dias, que atua na defesa de Zildo Peixoto, informou que as acusações são baseadas em suposições pelo Ministério Público e que o cliente nunca teve “contato com os atletas narrados nas denúncias, apenas aportou quantia para realizar suas apostas em cada jogo, por meio de plataformas de apostas digitais”

Em nota, a defesa de Bruno Lopez disse que, como na primeira fase da operação, o crime pelo qual Bruno é acusado “é exatamente o mesmo, mas por situações diferentes”. O advogado Ralph Fraga ainda afirmou que respeita o trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário, mas que vai se posicionar sobre as acusações formal e processualmente no momento oportuno (veja nota completa ao final da reportagem).

Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), Zildo é acusado de integrar o núcleo de apostadores, responsável por contatar e aliciar jogadores para participação no esquema, além de realizar pagamentos indevidos e promover apostas nos sites esportivos em contas próprias e principalmente de terceiros.

Em família

Zildo falou que, antes mesmo do esquema, costumava fazer apostas esportivas em um site, mas Bruno indicou também outra plataforma. No churrasco, Zildo perguntou se precisava de outra conta no site que o apostador falou e Bruno disse para abrir contas “do pessoal mais próximo”, de acordo com o depoimento.

“[Zildo] falou com a noiva, com os sogros, dois melhores amigos, com quem pediu para abrir conta [nas plataformas]. [Ele disse] que só pediu para eles abrirem as contas e que apostaria, e avisaria para não mexerem nas contas e que chegou a apostar em praticamente todas as contas criadas”, descreve o depoimento.

pesar de já ter encontrado Bruno em outros eventos de família, o churrasco em questão aconteceu em 2023, conforme o relato de Zildo. Segundo ele, depois do churrasco, abriu as contas e foi adicionado em um grupo para receber dicas de apostas com Bruno, Ícaro Fernando [também entre os acusados] e outros participantes.

Alguns dias depois, Zildo disse que deu R$ 30 mil para Bruno apostar, mas não sabia que era manipulação e imaginou que fosse uma espécie de “jogo do bicho”. Posteriormente, ele teria enviado mais valores.

“[Zildo disse que] não via como manipulação do resultado pois associava o envio do valor como se fosse um ‘bicho’, mas não tinha informação do que seria utilizado e não procurou saber e que antes desse jogo não tinha enviado valores com a mesma finalidade”, narra o depoimento.

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