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Pelo menos 12 deputados da Alego correm risco de perder mandatos

As ações são movidas por partidos adversários, por não cumprimento de cota de gênero ou transferência irregular

Pelo que apurado pelo menos 12 deputados da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) correm o risco de perderem os mandatos por irregularidades cometidas durante o processo eleitoral de 2022 e/ou por descumprir regras de transferência entre partidos. Os parlamentares são filiados ao PLPSDBPP e Solidariedade. Quatro deputados trocaram o PRTB pelo último citado.

As irregularidades mais comuns apontadas – geralmente por outras siglas – são em relação ao não cumprimento da cota de gênero. A legislação exige que 30% das candidaturas sejam de mulheres. Contudo, conforme a campanha avança, candidatos acabam sendo indeferidos, o que culmina em processos de cassação.

PL

Cota de gênero é o problema enfrentado pelo Partido Liberal (PL). A sigla registrou a chapa de deputado estadual com 28 homens e 12 mulheres. As proporções, portanto, eram de 70% de candidaturas masculinas e 30% de femininas. Entretanto, ainda em setembro de 2022, Patrícia Nascimento e Alessandra Carvalho tiveram as candidaturas indeferidas pela Justiça Eleitoral, o que reduziu para 10 a quantidade de candidatas mulheres.

Como manobra, a chapa tentou indeferir a candidatura de cinco homens para retornar ao quantitativo mínimo exigido, mas o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) rejeitou o pedido. Com isso, o PL cumpriu 27,03% do total de candidaturas femininas. Estão na berlinda os deputados estaduais Delegado Eduardo Prado (PL)Major Araújo (PL) e Paulo Cezar (PL).

PSDB

O Podemos entrou com ação contra a federação PSDB/Cidadania por conta da renúncia de uma candidata e pelo fato de que Júnior Pereira (PSDB), que é homem trans, concorreu a deputado estadual em Goiás registrado como uma mulher. Os deputados que correm o risco de perderem as cadeiras são Gustavo Sebba (PSDB) e José Machado (PSDB).

De acordo com a denúncia do Podemos, apesar de cumprir a cota de gênero exigida, o deferimento da chapa ocorreu com a proporção incorreta. Com a desistência de uma candidata, em 11 de agosto, a proporção foi de 27 homens e 12 mulheres, ou seja, 69% de homens e 30,7% de mulheres, percentual dentro da lei.

Contudo, o registro da chapa ocorreu com o quantitativo anterior, de 27 homens e 13 mulheres, 67,5% de candidaturas masculinas e 32,5% femininas. Além disso, outro apontamento do processo é a denúncia de que a federação teria cometido fraude no registro de gênero do candidato Júnior Pereira, que foi registrado como mulher. O Podemos alega que não se trata do caso de uma mulher transgênero.

PP

Na mesma linha de denúncia, o Partido Liberal (PL), pediu a cassação da chapa do Partido Progressistas (PP) por suposta fraude na cota de gênero, ao usar “candidatas laranjas” para cumprir o mínimo de 30% de candidaturas femininas. A ação também foi assinada pelo partido Democracia Cristã (DC). O PP elegeu para deputados estaduais Alessandro Moreira (PP), Jamil Calife (PP) e Vivian Naves (PP).

Segundo a denúncia, quatro candidatas do PP tiveram votação inexpressiva, não apresentaram prestação de contas, não contraíram dívidas de campanha, não realizaram atos de campanha e não fizeram impressão de material para campanha eleitoral.

Solidariedade

Já os deputados Coronel Adailton (Solidariedade), Cristiano Galindo (Solidariedade), Julio Pina (Solidariedade) e Wagner Neto (Solidariedade), eleitos pelo PRTB, decidiram em 27 de fevereiro deste ano, filiar-se ao Solidariedade, já que a chapa pela qual concorreram não alcançou a cláusula de barreira, uma norma que impede ou restringe o partido que não alcançar determinado percentual de votos.

Porém, o Solidariedade também não havia alcançado o mínimo exigido – que em 2022 foi de 2%. Para driblar os impasses na Justiça, o partido então se fundiu com o Pros, em 8 de março deste ano, data posterior à filiação dos deputados goianos. O diretório do PRTB em Goiás ingressou com processo que pede a cassação dos quatro parlamentares devido à divergência de datas, que alega ser irregular.

O PRTB também elegeu em 2022 como deputada estadual por Goiás a candidata Dra. Zeli que, ao contrário dos colegas de bancada, filiou-se ao União Brasil (UB), sigla que cumpriu a cláusula de barreira. Portanto, ela não é alvo da ação do antigo partido. Todos os processos envolvendo os 12 deputados tramitam na Justiça Eleitoral.

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