Agentes cumprem 11 mandados de busca e apreensão na capital e em Minas Gerais. Suspeitos usavam empresas extintas ou de fachada para emitir notas falsas.
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta terça-feia (15), uma operação que investiga um atacadista suspeito de sonegar impostos. Ao todo, os agentes cumprem 11 mandados de busca e apreensão na capital e em Minas Gerais. O prejuízo aos cofres públicos ainda estão em apuração.
De acordo com corporação, o esquema funcionava por meio de emissão de milhares de notas fiscais feitas pela atacadista de alimentos e bebidas. Nos documentos, constavam como compradores empresas que já haviam sido extintas ou aquelas consideradas fantasmas, com sede na Bahia e em Goiás.
Os policiais informaram que o objetivo dos suspeitos era fornecer um grande volume de mercadorias para outros comerciantes, de diversos estados, a menor preço e assim sonegar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Além disso, como os produtos estavam em notas fiscais falsas, eles não eram contabilizados nos estoques das empresas, permitindo a sonegação do tributo. A operação contou com apoio da Subsecretaria da Receita da Secretaria da Fazenda.
O esquema funcionava da seguinte forma:
- Gerentes e vendedores selecionavam clientes interessados no esquema;
- Cada vendedor usava um CNPJ de uma empresa fantasma até que a Receita do Distrito Federal bloqueasse a emissão de notas;
- Quando a empresa era bloqueada, a gerência do esquema repassava um novo CNPJ para que o vendedor seguisse com a fraude.
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Os policiais identificaram que os donos das empresas recebiam entre 1% e 5% do valor da venda pela falsificação da nota fiscal. Segundo a investigação, 60% do faturamento do atacadista veio do crime. O prejuízo aos cofres públicos ainda estão em apuração.
Os suspeitos devem responder pelo crime de associação criminosa, falsificação de documento particular, lavagem de bens, direitos e valores e sonegação fiscal. Caso condenados, eles podem cumprir até 20 anos de prisão.
A Polícia Civil não divulgou o nome dos suspeitos ou das empresas envolvidas.