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Polícia do DF mira suspeitos de usarem documentos de vítimas para financiar carros

Investigadores cumprem cinco mandados de prisão e busca e apreensão na capital e em Goiânia. Após compra, grupo criminoso sumia com veículo.

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta quarta-feira (30), um grupo suspeito de usar documentos de vítimas para financiar carros e fugir com o veículo. Os investigadores cumprem quatro mandados de prisão temporária, quatro de busca e apreensão e cinco bloqueios de contas bancárias em Sobradinho, Taguatinga, Lago Norte e Goiânia, em Goiás.

De acordo com a 9ª Delegacia de Polícia, no Lago Norte, a associação criminosa era especializada na subtração de veículos novos de concessionárias da capital. Para cometer o golpe, o grupo conseguia cópias de documentos e assinaturas de pessoas inocentes que eram usadas no crime.

Para isso, um dos suspeitos se passava por correspondente bancário, oferecendo empréstimos em condições irrecusáveis. Em seguida, após conseguir a documentação, a vítima era bloqueada em um aplicativo de troca de conversa.

Os documentos eram repassados para outro criminoso que, em Goiânia, falsificava procurações para contratação de financiamento e retirada de veículos nas concessionárias. A polícia identificou ainda que, com a ajuda de vendedoras da própria loja, os suspeitos conseguiam firmar o financiamento no nome da vítima e, ao pegar o carro, fugiam.

Cobrança

Segundo a Polícia Civil, também houve negligência das próprias lojas de carros, que “tem estimulado esse tipo de dinâmica delitiva”. “Os precários sistemas de conferência de documentos, frouxidão no procedimento de contratação e a cegueira deliberada para bater metas facilitam a atuação dos estelionatários”, diz a corporação.

Após concretizar o golpe, os suspeitos vendiam os carros. Para isso, eles buscavam o serviço de um cartório em Minas Gerais, que emite procurações por videoconferência.

Dessa forma, o suspeito se passava pela vítima que teve o nome usado para a compra do carro e conseguia transferir a posse do veículo para outra pessoa.

“A desfaçatez do criminoso era espantosa. Ele cortava o cabelo, colocava óculos e se maquiava para se apresentar na videoconferência como se fosse a vítima. Com esse teatro, tentava ludibriar também o serviço notarial na tentativa de conseguir transferir a posse do veículo via outra procuração”, afirma a investigação.

Os suspeitos foram indiciados por estelionato, falsificação de documento público, falsa identidade, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Somada, as penas podem chegar aos 35 anos de prisão.

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