Caso aconteceu na Avenida Perimetral Norte, Setor Empresarial, em Goiânia
A mulher que foi vítima de um feminicídio dentro de um atacadão de Goiânia na manhã desta quinta-feira (24/4) foi atacada a tiros pelo ex-marido enquanto trabalhava. O homem tirou a própria vida na sequência.
Uma cena de horror chocou funcionários e clientes do Atacadão localizado na Avenida Perimetral Norte, em Goiânia, na manhã desta quinta-feira (24). Silvia Barros Marinho de Oliveira, de aproximadamente 60 anos, foi brutalmente assassinada a tiros pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, de 63 anos, que em seguida cometeu suicídio no local.
O casal ficou casado por 36 anos e estava separado há quatro meses, até então, sem histórico de violência, mas Valdinez não se conformava com a separação e cometeu o crime dentro do mercado.
O crime ocorreu por volta das 9h30, pouco tempo depois de Silvia chegar ao seu local de trabalho no estabelecimento. As informações foram detalhadas pelo delegado Carlos Alfama, da Delegacia de Homicídios (DIH), que conversou com a imprensa no local da tragédia.
Segundo as investigações iniciais, Silvia e Valdinez foram casados por 36 anos e estavam separados há apenas quatro meses. Silvia teria deixado o lar conjugal em dezembro do ano passado, e Valdinez não aceitava o término do relacionamento, tentando por diversas vezes uma reconciliação.
“O que nós apuramos aqui através das diligências de investigação iniciais é que eles foram casados durante 36 anos e haviam se separado há 4 meses, ela saiu de casa em dezembro do ano passado, ele não aceitou o término e tentou reatar o casamento algumas vezes”, explicou o delegado Alfama.
Contrariando a ausência de registros de violência física prévia, o delegado revelou que, embora não houvesse relatos de agressões físicas anteriores ao feminicídio, a separação foi motivada por brigas e discussões constantes durante o longo período de casamento.
“Bem, o que a família relatou é que eles tinham, sim, brigas e discussões durante o casamento. Inclusive, a família relata que esse foi o motivo pelo qual ela quis terminar, romper o casamento”, detalhou o delegado.
Apesar do histórico de conflitos verbais, familiares e amigos de Silvia relataram que ela nunca havia sido vítima de violência física por parte do ex-marido.
“Mas, o que a própria família fala, e amigos dela que estiveram aqui, é que ela dizia que nunca tinha sido agredida fisicamente. Que as discussões, de acordo com a família, eram discussões com ofensas, agressões morais, mútuas, tanto da parte dele como da parte dela”, lamentou o delegado.
A dinâmica do crime também foi esclarecida pelo delegado. Valdinez chegou ao Atacadão ciente do local de trabalho da ex-esposa, procurou por ela e efetuou ao menos dois disparos, conforme a perícia preliminar, que causaram a morte instantânea de Silvia. Em seguida, ele se suicidou com um tiro.
O casal tinha dois filhos adultos, que estiveram no local e confirmaram o histórico do relacionamento aos investigadores.
“E o que eles falaram foi justamente o que eu trouxe aqui. Que foi um casal que ficou casado durante 36 anos. Não tinham se separado nenhuma vez durante esse período. Que ela decidiu se separar por brigas constantes do casal. Mas que não houve durante todo esse período nenhuma violência física prévia. Apenas discussões mútuas, com ofensas mútuas entre o casal”, relatou o delegado.
A investigação agora se concentrará na formalização dos depoimentos e, principalmente, na apuração da origem da arma utilizada no crime.
“A arma não está registrada no nome dele, ele não tinha direito a posse de arma, não tinha direito ao porte de arma também, então a delegacia da mulher vai apurar como ele conseguiu essa arma para que isso seja também levado ao conhecimento das autoridades do Poder Judiciário”, afirmou o delegado Alfama.
A polícia já possui informações sobre o proprietário registrado da arma, mas a forma como Valdinez a obteve ainda é desconhecida e será alvo da investigação da Delegacia Estadual de Proteção à Mulher (DEAM). A relação entre o proprietário da arma e o autor do feminicídio também será apurada, buscando entender se houve conivência ou conhecimento da intenção criminosa.