Esposa contou que o avião é o ‘xodó’ do marido. Ela contou que ele começou a pilotar em 2004 e comprou a aeronave nova em 2008.
O piloto Maurício Braga de Araújo, de 71 anos, que estava no avião que caiu em cima de uma casa em Goiânia, sempre foi “cuidadoso e criterioso” com as manutenções e exames, segundo a esposa dele, Sônia Ferreira Braga. Ela contou que o avião é o “xodó” do marido, que tem a aeronave há 17 anos. O acidente aconteceu na segunda-feira (13), no Setor Santos Dumont. Sônia contou que o avião havia deixado a revisão há cerca de 60 dias e só havia feito duas viagens antes do acidente. “Depois que foi para a revisão, ele foi em duas viagens. Foi para Piracicaba, em São Paulo, e agora em Jataí, quando, na chegada, aconteceu esse acidente”, explicou Sônia.
Sobre a experiência do marido com a aviação, ela contou que ele sempre foi apaixonado por aviões e foi paraquedista, chegando a vencer um campeonato do exército aos 19 anos. Ela contou que ele começou a pilotar em 2004 e comprou a aeronave nova em 2008, escolhendo o prefixo PU-DNA, em homenagem à mãe dele, Dinah Araújo. Ela destacou que o marido ficou sem pilotar durante a pandemia da Covid-19 e deixou o avião “encostado”, mas fez todas as revisões e exames necessários para voltar a voar assim que o isolamento chegou ao fim. Maurício Braga continuava internado no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), tendo sofrido um corte na cabeça que necessitava pontos. Sônia explicou que ele não teve fraturas e aguardava o resultado de um exame neurolígico.
Trata-se de um monomotor anfíbio experimental do modelo Seamax M-22, com fabricação de 2008. Registrada sob a matrícula PU-DNA, a aeronave possui capacidade para dois ocupantes, sendo um passageiro e tripulação mínima de um piloto. O avião é classificado como construção amadora e está autorizado apenas para voos VFR diurnos (regras de voo visual durante o dia). Seu peso máximo de decolagem é de 600 kg, com operação negada para táxi aéreo – não pode oferecer serviços de transporte.
A situação de aeronavegabilidade está registrada como normal.
O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado sobre a queda de um avião na rua 24 do Setor Santos Dumont, em Goiânia, na segunda-feira (13). Aos socorristas, testemunhas relataram que o piloto sofreu apenas escoriações após a queda e conseguiu deixar a aeronave por conta própria.
Nota da FAB
“A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), informa que, nesta segunda-feira (13/10), investigadores do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI) — órgão regional do CENIPA, com sede em Brasília (DF) — foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PU-DNA em Goiânia (GO).
Durante a Ação Inicial, profissionais qualificados e credenciados aplicam técnicas específicas para coleta e confirmação de dados, preservação de elementos, verificação inicial dos danos causados à aeronave ou pela aeronave, além do levantamento de outras informações necessárias à investigação.
Acompanhe a investigação
Em breve, a ocorrência estará disponível para consulta no Painel SIPAER do CENIPA, acessível pelo site do Centro. Clique no menu “Ocorrências” e, em “Filtros de Pesquisa”, informe a matrícula da aeronave no campo “Matrícula”.
Prazo para conclusão
A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Ao término das atividades, o Relatório Final SIPAER será publicado no site do CENIPA, acessível a toda a sociedade.
O CENIPA destaca que somente se pronuncia oficialmente sobre os resultados de suas investigações por meio da publicação do Relatório Final SIPAER, conforme disposto no art. 88-H da Lei nº 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA).”