Investigação revela que empresas vinculadas ao advogado João Paulo Brzezinski da Cunha receberam R$ 7,4 milhões da organização social responsável pela gestão de hospitais durante a administração de Antônio Faleiros Filho na Secretaria de Saúde
Além do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), outras 22 pessoas físicas e jurídicas são investigadas na Operação Panaceia, deflagrada nesta quinta-feira (6). A ação apura o desvio de recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) na Secretaria de Saúde de Goiás entre 2012 e 2018, período em que Perillo governava o estado. Entre os alvos estão o advogado do ex-governador João Paulo Brzezinski da Cunha, conhecido por defender Perillo em ações contra jornalistas, e o ex-presidente do PSDB goiano e ex-secretário de Saúde, Antônio Faleiros Filho.
As suspeitas giram em torno do contrato do Instituto Gerir, organização social que administrou hospitais estaduais e recebeu quase R$ 1 bilhão no período investigado. Segundo a PF, Brzezinski teria sido favorecido na contratação por OSs e, posteriormente, repassado parte dos recursos a terceiros, incluindo Marconi e membros da família do ex-governador.
A análise bancária realizada pela PF identificou que empresas ligadas ao advogado receberam R$ 7,4 milhões do Instituto Gerir entre 2012 e 2018. Parte desse dinheiro teria sido repassada para a ex-primeira-dama Valéria Perillo, para a filha do casal, Ana Luiza Perillo, e para o irmão do ex-governador, Antônio Pires Perillo. O escritório de Brzezinski tinha as contas de outras nove OSs.
Além das buscas e apreensões, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 30 milhões em bens dos investigados. Marconi Perillo teve R$ 153,4 mil bloqueados. Antônio Faleiros, juntamente com seu filho, Bruno Antonio Paixão Faleiros, teve R$ 1,18 milhão congelado, enquanto João Paulo Brzezinski teve R$ 536,7 mil bloqueados. Apesar do pedido do Ministério Público Federal (PRF), a Justiça negou a prisão preventiva de Faleiros e Brzezinski.