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Advogados do PCC em Goiás entram na mira do MP e pegam anos de prisão; veja nomes

Queslei da Silva e Souza e Marcos de Oliveira Guerra foram condenados por suas ligações com as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Amigos do Estado (ADE) em Goiás

Dois advogados, Queslei da Silva e Souza e Marcos de Oliveira Guerra, foram condenados por suas ligações com as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Amigos do Estado (ADE) em Goiás. As condenações ocorreram no âmbito da operação Honoris Criminis, com denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO).

Queslei da Silva e Souza foi sentenciado a 6 anos e 5 meses de reclusão em regime fechado, além de 35 dias-multa, por integrar a organização criminosa PCC e por receber valores oriundos de atividades ilícitas de forma consciente. Marcos de Oliveira Guerra recebeu uma pena total de 8 anos e 8 meses de reclusão, também em regime fechado, e 66 dias-multa, por integrar as organizações criminosas PCC e ADE e por lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

Detalhes da Operação Honoris Criminis

A operação revelou que o PCC opera como uma estrutura empresarial voltada para atividades ilícitas, com um setor específico, denominado Sintonia dos Gravatas, dedicado ao gerenciamento de advogados associados à organização. Queslei da Silva atuou no PCC entre abril de 2022 e março de 2024, quando a operação foi deflagrada. Sua função no núcleo Sintonia dos Gravatas incluía facilitar a comunicação entre o núcleo da ‘Sintonia Fora do Ar’ da Região Sudeste e os presos em Goiás. Ele atendia presos em unidades prisionais da Região do Entorno do Distrito Federal e, posteriormente, em todo o estado de Goiás. Sua missão era transmitir mensagens internas e obter informações estratégicas para fortalecer o PCC no sistema prisional local.

As mensagens, conhecidas como “bate-bola de saída” ou “plaquinha de saída”, eram transcritas, impressas e levadas aos presos durante visitas, onde ele as transmitia e registrava as respostas manualmente. O envolvimento de Queslei foi comprovado por meio de mensagens trocadas via WhatsApp.

Atuação de Marcos de Oliveira Guerra

Marcos de Oliveira Guerra, por sua vez, foi identificado como membro tanto do PCC quanto da facção goiana ADE. A ADE, originada em Trindade, possui mais de 2 mil integrantes, principalmente na Região Metropolitana de Goiânia, com ramificações em outros estados. Marcos, que tem laços familiares com lideranças da ADE dentro do Presídio Especial de Planaltina, atuava como intermediário entre membros das duas facções, repassando mensagens e atendendo interesses ilícitos comuns.

A partir de janeiro de 2023, Marcos intensificou seu contato com membros do PCC no Presídio de Planaltina, organizando planos como motins coordenados em prisões goianas para desestabilizar rotinas internas. Além disso, ele foi implicado em transações suspeitas, como a transferência de um imóvel comercial em Pirenópolis para seu nome, em setembro de 2019. A propriedade teria sido adquirida com recursos provenientes do tráfico de drogas, segundo os investigadores.

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