Ricardo Alves é diretor legislativo na CLDF e foi um dos alvos da Operação Transpasse, que investiga uso de recurso público na Expotchê 2021
O servidor da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Ricardo José Alves Portos Sande enviou mensagem aos colegas da Casa, na noite dessa terça-feira (12/11), horas após ser alvo da Operação Transpasse, que investiga suposto uso indevido de dinheiro público proveniente de emenda parlamentar na Expotchê 2021.
Ricardo Alves é, atualmente, diretor legislativo na CLDF. Antes, atuou como secretário-geral substituto da Casa e chefe de gabinete do ex-presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB), atualmente deputado federal.
Na mensagem encaminhada pelo WhatsApp a funcionários da CLDF, à qual a coluna Grande Angular teve acesso, ele afirma que a participação dele na Expotchê 2021 consistiu na apresentação da esposa, sócia da empresa Rome Feiras, aos chefes de gabinete dos deputados distritais, “para que ela expusesse o projeto”.
“Em 2021/2022, devido à pandemia, a empresa da qual minha esposa é sócia, Rome Feiras, decidiu realizar o evento com apoio público pela primeira vez em 30 anos, utilizando emendas parlamentares. Como trabalho na CLDF, ajudei minha esposa a agendar reuniões com chefes de gabinete para apresentar o projeto”, escreveu o diretor legislativo.
O servidor acrescentou que “o evento foi realizado em parceria com o Instituto Idheias e teve suas contas devidamente prestadas”. “Questionamentos foram respondidos ao TCDF e à Justiça em 2022 e, agora, o processo seguiu ao STJ [Superior Tribunal de Justiça], devido ao foro privilegiado de uma pessoa envolvida. Estou confiante de que essa injustiça será esclarecida e resolvida”, completou Ricardo Alves.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), cumpriu 21 mandados de busca e apreensão no DF e em Goiás, com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Gaeco-GO.
O Instituto Idheias Brasil foi contratado pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF) de forma simplificada, por tratar-se de uma organização da sociedade civil (OSC). As investigações detalham que a instituição teria recebido recursos públicos por meio das emendas parlamentares e repassado o dinheiro a empresas privadas.