Equipe da corporação foi até o 4º Batalhão da PM, no Guará, onde ex-secretário de Segurança e ex-ministro da Justiça está preso. Ele é investigado por suspeita de omissão durante atos terroristas em Brasília.
Anderson Torres, que foi ministro de Bolsonaro, chegou da Flórida ao Brasil neste sábado (14) e foi preso
Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, ficou em silêncio durante depoimento à Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (18). Pouco antes das 10h30, uma equipe da corporação chegou ao 4º Batalhão da Polícia Militar do DF, no Guará, onde ele está preso. No entanto, o ex-ministro disse que não tinha declarações a dar aos investigadores. Os servidores deixaram o local pouco antes das 12h. Torres é alvo de investigação por suspeita de omissão na contenção dos atos terroristas cometidos por bolsonaristas radicais nas sedes dos três poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. Na data, ele chefiava a segurança pública do DF. Ele nega conivência com os atos.
Torres foi preso no sábado (14), por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Quando a prisão foi decretada, no dia 10 de janeiro, Anderson Torres estava de férias com a família nos Estados Unidos. Após a ordem, ele voltou ao país e foi detido no Aeroporto de Brasília.
Durante uma operação realizada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro, foi encontrada uma minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições de 2022. Anderson Torres afirma que recebeu o documento de populares e que pretendia descartá-lo.
Equipe da PF chega para tomar depoimento de Anderson Torres, em Brasília
Pedido de atendimento psicológico
O relatório indica, ainda, que Torres solicitou atendimento psicológico. “De imediato, determinei que o Comando do BAVOP mantivesse contato com a Gerência de Saúde Prisional para disponibilizar o atendimento”, diz o documento. Nesta segunda-feira, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) realizou vistoria no local e na cela onde está Fábio Augusto Vieira, o ex-comandante-geral da PM. “Os promotores verificaram que as instalações são compatíveis com uma sala de estado maior, e que os presos não têm nenhum tratamento preferencial”, diz o ministério público.
O que diz Anderson Torres?
Horas após os atos terroristas em Brasília, na madrugada do dia 9 de janeiro, Anderson Torres se pronunciou pelas redes sociais, repudiou os ataques e negou conivência com os vândalos bolsonaristas.