Bem-vindo – 02/07/2025 10:47

Após marido vender casa do casal, mulher se junta com amante e encomenda morte

Caso foi registrado em Montividiu e a acusada presa nessa quinta-feira (22), após um dos executores confessar o crime, dar detalhes e entregar a participação dela

Uma mulher, nome não divulgado, foi presa em Montividiu, nessa quinta-feira (22), na região norte de Goiás, acusada de ter sido a mandante do assassinato de seu ex-marido. O crime, ocorrido em 2018, teria sido motivado pela venda, por parte da vítima, de uma casa que o casal possuía em conjunto, sem o consentimento da mulher.

A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Hermison Victor . A prisão da mulher ocorreu durante uma operação deflagrada pela Polícia Civil que teve como alvo ela e outros dois suspeitos de envolvimento na execução do crime. Investigação busca esclarecer todos os detalhes da trama, incluindo se os três indivíduos apontados como executores receberam algum valor para cometer o homicídio.

Segundo o delegado Hermison Victor, a apuração sobre a motivação financeira ainda está em andamento.

“O outro envolvido, que seria um dos supostos executores, era um amante dela, que já morreu. Então, não temos informações se houve pagamento ou se foi uma questão de vingança amorosa”, destacou o delegado, indicando a complexidade das relações envolvidas no caso.

O crime que matou o ex da acusada ocorreu de forma violenta. Em 2018, a vítima estava na varanda de sua residência quando um veículo se aproximou. De dentro do carro, desceram dois suspeitos armados que efetuaram disparos contra ele, culminando em sua morte.

A relação entre a mulher presa e a vítima era de união estável. O delegado Hemerson explicou que, durante um período de conflito na relação, o homem decidiu vender um imóvel que possuíam em conjunto sem consultar a então companheira. Essa atitude teria sido o estopim para a insatisfação da mulher, levando-a supostamente a planejar a morte do ex-parceiro.

As investigações do caso se arrastaram por anos e ganharam um novo e crucial impulso recentemente. Um dos envolvidos na execução do crime confessou sua participação à polícia e, em seu depoimento, relatou ter ouvido o amante da mulher – um dos supostos executores, já falecido – confirmando em uma ligação telefônica que o “pedido” (o assassinato) havia sido cumprido.

De acordo com o delegado Hermison Victor, antes dessa confissão recente, não havia provas concretas que ligassem diretamente a mulher ao homicídio. A nova informação fornecida pelo suspeito foi determinante para embasar o pedido de prisão e avançar na elucidação da autoria intelectual do crime.

Após a morte do ex-companheiro, a mulher chegou a deixar o Brasil, em uma tentativa de se distanciar do ocorrido. No entanto, algum tempo depois, ela retornou ao país.

“Logo após o crime, ela deixou o país, mas voltou e tentou retomar sua vida normalmente”, relatou o delegado, indicando que a suspeita buscou seguir a vida como se nada tivesse acontecido.

A operação policial resultou no cumprimento de dois mandados de prisão temporária, um contra a mulher apontada como mandante e outro contra um dos suspeitos de execução. Um terceiro envolvido, que teria tentado frustrar as investigações, foi preso de forma preventiva.

Durante as buscas realizadas nas residências dos suspeitos, a polícia encontrou uma arma de fogo sem registro. A posse irregular do armamento resultou em uma autuação em flagrante delito contra o indivíduo onde a arma foi localizada.

Além dos mandados de prisão, a Justiça também autorizou a quebra do sigilo de dados telefônicos dos aparelhos celulares apreendidos durante a operação. Essa medida visa obter mais informações que possam corroborar as confissões e os indícios já coletados, aprofundando a investigação sobre a rede de envolvidos e a dinâmica do crime.

Os suspeitos detidos estão sendo investigados pelo crime de homicídio qualificado, na modalidade de homicídio encomendado (ou seja, mediante pagamento ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe), cuja pena prevista no Código Penal Brasileiro varia de 12 a 30 anos de reclusão.

A Polícia Civil segue trabalhando para reunir todas as provas e concluir o inquérito, que será remetido à Justiça para as devidas providências legais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *