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Após “tomada” da Mesa Diretora na Câmara, Hugo Motta pede afastamento de 15 deputados

Se condenados, os parlamentares, de maioria do PL e do Novo, podem ficar até seis meses afastados. As medidas aguardam agora a apreciação do Conselho de Ética

O clima na Câmara dos Deputados está tenso desde que o presidente da Casa, Hugo Motta, comunicou o encaminhamento à Corregedoria dos pedidos de afastamento de 14 deputados da oposição, por até seis meses, e de uma deputada do PT, acusada de agressão. As medidas, que envolvem uma maioria de parlamentares do Partido Liberal (PL) e do Novo, aguardam agora a apreciação do Conselho de Ética.

Crise Institucional e Medidas Disciplinares

Hugo Motta conduziu uma reunião com a Mesa Diretora, nessa sexta-feira (08), para discutir os eventos tumultuados que aconteceram nessa terça (05) e quarta-feira (06), quando deputados de oposição tomaram o “comando” da Casa e impediram que os trabalhos parlamentares seguissem sua rotina, tudo em protesto à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Mesa decidiu encaminhar as denúncias para análise detalhada da Corregedoria Parlamentar.

Após esse processo, as acusações retornarão à Mesa para, finalmente, serem votadas pelo Conselho de Ética.

Entre os acusados estão:

  1. Marcos Pollon (PL-MS);
  2. Zé Trovão (PL-SC);
  3. Júlia Zanatta (PL-SC);
  4. Marcel van Hattem (Novo-RS); 
  5. Paulo Bilynskyj (PL-SP); 
  6. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
  7. Nikolas Ferreira (PL-MG);
  8. Zucco (PL-RS);
  9. Allan Garcês (PL-TO);
  10. Caroline de Toni (PL-SC);
  11. Marco Feliciano (PL-SP);
  12. Bia Kicis (PL-DF);
  13. Domingos Sávio (PL-MG);
  14. Carlos Jordy (PL-RJ)

Do lado contrário, a deputada Camila Jara (PT-MS) enfrenta acusações de agressão contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Acusações e Defesas Apresentadas

Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, entrou com um ofício solicitando medidas disciplinares contra cinco deputados bolsonaristas. A acusação contra Camila Jara, por sua vez, foi formalizada por opositores.

A lista de acusações é extensa e variada. Marcos Pollon, como último a deixar a cadeira presidencial, é acusado de obstruir os trabalhos e de insultar Motta. Em defesa, Pollon afirmou nas redes sociais que devido ao seu autismo, não compreendeu o que ocorria e sentou-se momentaneamente na cadeira para buscar conselhos.

Zé Trovão é acusado de agressão física contra Motta e de incitar violência. Júlia Zanatta teria usado sua filha como escudo numa situação de risco. Paulo Bilynskyj enfrenta acusações de “sequestrar” a Mesa Diretora e agredir um jornalista.

Camila Jara, por outro lado, nega as alegações de agressão. Sua assessoria descreveu o incidente com Nikolas Ferreira como um mero “empurra-empurra”.

O desenrolar dessas acusações está agora nas mãos da Corregedoria e, posteriormente, do Conselho de Ética da Casa, que decidirão se os parlamentares enfrentarão suspensões. Este episódio ressalta a polarização e as tensões presentes na política brasileira atual, influenciando diretamente o andamento dos trabalhos legislativos.

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