Bem-vindo – 19/11/2025 17:13

Apreensão de R$ 28 milhões desmonta esquema milionário do Comando Vermelho em Goiás

Operação Cifra Vermelha mira casal responsável por chefiar movimentações financeiras e compra de R$ 28 milhões em gado

Uma operação deflagrada na terça-feira (18/11) apreendeu R$ 28 milhões do Comando Vermelho em Goiás. Denominada Operação Cifra Vermelha, a ação teve como objetivo desarticular um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa. O principal alvo foi um casal identificado como “J” e “AP”, apontado como responsável por chefiar um núcleo financeiro da facção no estado.

Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva e temporária. Um contador, responsável pela criação das empresas de fachada, foi preso. O casal apontado como líder do esquema, porém, não foi encontrado e segue foragido.

Foram apreendidos ainda dinheiro, armas, munições, aparelhos eletrônicos e veículos. O material recolhido passará por análise para identificar outros possíveis núcleos financeiros da facção no estado.

As investigações, iniciadas há um ano, avançaram após a quebra de sigilo telemático dos suspeitos, permitindo a análise de comunicações e do fluxo financeiro operado pelo grupo. Segundo o Ministério Público, J exercia o papel de autor intelectual do esquema, enquanto AP era responsável pelo controle das finanças.

De acordo com os investigadores, integrantes do Comando Vermelho criaram empresas de fachada exclusivamente para receber, ocultar e difundir recursos obtidos com o tráfico de drogas. As movimentações eram fracionadas: pequenos valores eram depositados diariamente em diversas contas ligadas ao grupo, principalmente em casas lotéricas, operação que, somada, resultava em milhões de reais em transações.

Na tentativa de dar aparência lícita ao dinheiro, o casal também investia na compra de gado, setor no qual foram identificados gastos que totalizam R$ 28 milhões. O esquema envolvia ainda familiares dos investigados, incluindo o uso de contas bancárias abertas em nome dos filhos adolescentes, de 12 e 14 anos, para ocultar valores enviados por traficantes da facção no estado.

O tenente-coronel da PMGO Daniel Machado destacou que AP utilizou até o nome da própria mãe, aposentada com salário bruto de R$ 2.400, para abrir contas e realizar movimentações. “Em três das inúmeras transações realizadas foram contabilizados mais de R$ 1,1 milhão”, afirmou.

Impacto financeiro e prisões

Para os promotores responsáveis, o principal resultado da operação foi o sequestro de R$ 28.108.51,70 em contas bancárias ligadas ao grupo, além da apreensão de veículos. “Isso traz um impacto direto em toda a operação da facção criminosa, já que esse dinheiro vai deixar de financiar pilares da organização, como a compra de armas e drogas”, avaliaram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *