Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, procurado pela polícia após matar a tiros o sogro, João Rosário Leão, 62 anos, policial civil aposentado, que pode se entregar a qualquer momento na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), em Goiânia, ou numa unidade policial do interior, teria descoberto a denúncia registrada pela vítima contra ele por meio do pai, o ex-prefeito de Joviânia, Romeu José Gonçalves, que é coronel aposentado da Polícia Militar (PM).
A informação foi repassada por uma fonte, que acrescentou ainda que Romeu diz que soube da ocorrência e foi alertar o filho que o sogro tinha registrado ocorrência de ameaça contra ele para que não fosse pego de surpresa. Porém, ressaltou que não imaginava que Felipe teria essa reação e afirma que o acusado tem que se entregar à polícia.
foto ; rede social
Até então, a polícia trabalhava para descobrir como Felipe teria tido acesso às informações do boletim de ocorrência registrado por João Rosário na manhã dessa segunda-feira (27), que relata cenas de ameaça e agressão feitas por Felipe contra ele e a filha, já que o espaço de tempo entre a denúncia e o crime teria sido menos de 3 horas. Agora, apesar de ser de conhecimento que o pai teria alertado o acusado, vale ainda verificar como a informação chegou a Romeu.
Desde o início da manhã desta quarta-feira (29), a expectativa é de que Felipe se apresente, a qualquer momento, na sede da DIH ou numa delagacia do interior, já que o advogado Júlio de Brito, que assumiu a defesa do acusado, foi à delegacia, na tarde dessa terça-feira (28), negociar a “entrega” do cliente, foragido desde que cometeu o homicídio.
Brito, ao deixar a delegacia, explicou que foi à unidade policial tratar da “entrega” de Felipe, conversou com o delegado Rhaniel Almeida e confessou que o cliente está em “tratamento”, não deve fazer mal a ninguém e, consequentemente, tenta conseguir que o atirador responda ao crime em liberdade.
Acrescentou que o procurado, durante a ação que matou o sogro, estava em “surto psicológico”, ou seja, sem capacidade de discernimento sobre o que estava fazendo. Informou que a família dele está preocupada, pois, o acusado teria sido ameaçado antes de cometer o homicídio. Porém, o advogado não deu detalhes sobre o teor e a identidade de quem teria feito as ameaças.
Ressaltou ainda que, agora, depois da conversa com o delegado, vai se reunir com a família do acusado e analisar a melhor maneira de Felipe se entregar, o que deve ser feito em breve, mas não apontou uma data e deixou essa expectativa de que pode acontecer a “qualquer momento”. Ainda citou que a arma usada pelo cliente também será entregue.
Como já completou mais de 24 horas do crime, Felipe não pode mais ser preso em flagrante, porém, o delegado pode entrar na Justiça com pedido de prisão preventiva em desfavor de Felipe e o prender assim que for encontrado. No entanto, o advogado disse que o caso está em sigilo e o delegado, durante a conversa, não teria confirmado se existe esse pedido ao Judiciário.
Outro ponto de destaque foi a fala do advogado que disse ter assumido o caso após receber ligação do coronel da reserva da Polícia Militar (PM), Wellington Urzeda, que seria “muito amigo” de Romeu e teria indicado o advogado para Felipe.
Entenda
Felipe invadiu a farmácia, que pertence à família da namorada, na Avenida T-4, com a T-13, no Setor Bueno, em Goiânia, no fim da manhã dessa segunda-feira (27), já com a arma em mãos, cercando a vítima, gritando “vocês acabaram com a minha vida” e atirando. João foi atingido com um tiro na cabeça e outro no peito, não resistiu e morreu no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) horas depois. Felipe teria ficado descontrolado ao descobrir que o sogro tinha o denunciado por ameaça e agressão contra a filha e toda sua família.