A reaparição pública do bicheiro causou alvoroço no meio político, já que as implicações da operação respingaram diretamente tanto no Executivo quanto no Legislativo.
O empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, um dos principais alvos da Operação Monte Carlo, desencadeada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) há mais de dez anos, entrou para as redes sociais e prometeu “contar histórias do passado”, além de “contribuir para alguns debates políticos”, como escreveu na legenda da primeira publicação.
“Estou, enfim, nas redes sociais. Quero contribuir com alguns debates públicos e, também, contar algumas histórias do passado e – claro! – do presente. São bastidores, passagens relevantes para que todos se informem do que, às vezes, não é dito nas páginas de jornais ou nos sites”, escreveu o bicheiro. A Operação Monte Carlo mirou um esquema criminoso relacionado a jogos de azar. Cachoeiro chegou a ser preso.
A reaparição pública do bicheiro causou alvoroço no meio político, já que as implicações da operação respingaram diretamente tanto no Executivo quanto no Legislativo. À época, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), chegou a declarar para revista Veja que “todos os políticos importantes de Goiás tiveram algum tipo de relação ou de encontro com Carlos Ramos”. Funcionários de Marconi foram pegos em grampos telefônicos com o bicheiro.
Primeiro ataque
Cachoeira, em segunda publicação, atacou um dos maiores escritórios de advocacia do Goiás, o Crosara Advogados, que tem como sócio-proprietário o advogado que atua no meio político, Dyogo Crosara. A Polícia Federal (PF) interceptou R$ 275 mil em espécie, sendo transportados em um carro oficial do escritório, com destino à Brasília.
Em nota, o advogado informou que o dinheiro é legal e seria o pagamento de honorários advocatícios de serviço prestado com um advogado parceiro da capital federal. As Rondas Ostensivas Metropolitanas (Rotam), teriam recebido a denúncia que informou o transporte dos valores.
“Quais os vínculos familiares dos associados e ex-sócios com a Justiça de Goiás. Curiosa e criteriosa, a PF está apurando ainda quais as ligações deste sortudo com outro afortunado: Irismar Dantas, diretor financeiro do Tribunal de Justiça que – ‘coincidentemente’ – contratou o mesmo escritório de advocacia”, sugeriu Cachoeira.
Ainda por meio de nota, o escritório afirmou que não há relação entre os casos.
Quem é Carlinhos Cachoeira?
Nascido em Anápolis, Carlos Augusto de Almeida Ramos já esteve envolvido em denúncias de fraudes e corrupção. Foi preso em mais de uma ocasião e condenado por contravenção e crimes como corrupção e tráfico de influência, sendo alvo nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) dos Correios e dos Bingos, ambas no âmbito da Operação Monte Carlo.