O governador expressou o desejo de ter Lula presente, no evento da manhã desta sexta-feira (17), para “dizer o quanto Goiás tem sido penalizado”

Em um evento com a presença do Ministro das Cidades, Jáder Filho, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez um duro pronunciamento nesta sexta-feira (17), desafiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a debater o que classificou como “retaliação política” contra o estado. Caiado denunciou a judicialização de obras no Supremo Tribunal Federal (STF) e a perda de repasses, totalizando mais de R$ 1,6 bilhão em projetos paralisados, confrontando uma lei sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O governador expressou o desejo de ter Lula presente para “dizer a ele o quanto Goiás tem sido penalizado”. Segundo Caiado, o estado sofreu uma perda de R$ 1,2 bilhão em repasses na área da Saúde. Ele também mencionou obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2013, como o transporte Luziânia-Brasília e a área de irrigação no Vão do Paranã, que, apesar das promessas, não avançaram.
“Cada dia tem um processo de adiamento e adiamento que nunca aconteceu”, lamentou.
A principal crítica de Caiado recaiu sobre a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) que, segundo ele, “impediu a construção de seis grandes rodovias no estado de Goiás, seis grandes obras de desenvolvimento”. O governador destacou que a ADI, que paralisou R$ 1,6 bilhão em obras, baseia-se em uma lei proposta e sancionada pela própria ex-presidente Dilma Rousseff, do PT.
“A Dilma que propôs a lei, a lei que viabiliza as ações do terceiro setor para parar todas as obras do Estado de Goiás”, frisou, apontando uma “falta de consistência na argumentação”.
Caiado usou o Hospital Cora, referência no tratamento de doenças infantis e construído sob o mesmo modelo questionado, como exemplo da inconsistência.
“Se esse modelo não serve para o PT, então vai fechar o Cora?”, indagou. Ele elogiou a postura “republicana” e “imparcial” do Ministro Jáder Filho, contrastando-a com o que chamou de “ação contra o povo de Goiás” por parte do PT.
“O PT tem uma ação contra o povo de Goiás. Isso é muito delicado este momento que estamos vivendo”, afirmou.
O governador defendeu que Goiás, que “saiu do colapso econômico, fiscal”, hoje tem “caixa para poder avançar”, mas está sendo obstruído. Ele listou os bons resultados do estado em áreas como educação, segurança e transparência pública, onde Goiás ocupa o primeiro lugar. Para Caiado, a motivação por trás das ações seria política.
“O povo goiano não pode ser penalizado porque amanhã o governador Ronaldo Caiado tenha a pretensão de disputar eleição presidencial que é normal na vida pública”, declarou, classificando as atitudes como “retaliação”.
Em tom direto, Caiado disse que gostaria de “dizer tudo isso na tampa da casa dos presidentes, do presidente do Rio”, referindo-se a Lula, “para que ele pudesse ver aquilo que ele está fazendo em prejuízo da população do nosso Estado do Goiás”. Ele acusou o presidente de “discriminar o Estado em todas as obras e todas as ações, excluindo o Goiás daquilo que chama proteger a vida do cidadão”. O governador apelou ao “bom senso do PT Nacional” para que reflita sobre o “prejuízo que está causando para o Estado de Goiás” e a “revolta das pessoas que vivem no interior”.
Caiado encerrou seu discurso classificando a situação como “um momento muito grave” e as ações contra Goiás como “medíocre, retrógrada, inaceitável, inadmissível para o povo goiano”. Ele reiterou que a “revolta que estou expressando aqui é a revolta do cidadão do estado de Goiás”, clamando para que o governo federal tenha sensibilidade com as demandas do estado, “independente de posições políticas”.
 
								


