Antônio Gomide ressaltou que o governador priorizou o “ajuste fiscal” na primeira gestão, mas que agora o momento é de “investimentos no social” e listou pedidos.
Caiado rebate deputado do PT Antônio Gomide que fez crítica à Educação.
Deputado estadual de Goiás pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Antônio Gomide discursou durante cerimônia de posse do Governador Caiado, falou em nome da oposição, pontuou críticas e fez “sugestões” para o segundo mandato, que inicia oficialmente neste domingo (1º), e destacou falta de investimentos na Educação. No entanto, levou “invertida” e Caiado pontuou números de sua gestão dentro do setor e apontou históricos de corrupção da gestão Marconi Perillo (PSDB) e as medidas que o deputado não tomou enquanto parlamentar. Gomide iniciou a fala ressaltando a importância da democracia, legitimidade do processo eleitoral e o resultado das urnas, como vontade do povo, que reelegeu Caiado para um novo mandato e dirigiu as palavras ao governador eleito.
“Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. O voto popular garantiu mais um mandato de governador a Ronaldo Caiado. Neste momento renova-se a confiança do seu trabalho, no seu compromisso com o estado de Goiás para os próximos quatro anos. Quero aqui concordar com vossa excelência na defesa que fez da legitimidade do processo eleitoral e também pelas críticas que proferiu a quem pratica atos antidemocráticos ou que não respeitam os poderes da República”, começou o deputado.
Em seguida, fez um balanço da primeira gestão do governador, citou a renegociação da dívida pública com o Governo Federal e o saldo superávit bilionário dos cofres públicos.
“Nos quatro anos do primeiro mandato trabalhou pelo ajuste de contas do Estado, informando a todos nós goianos que herdava uma grande dívida da administração que o antecedeu. Agora, no final do mandato, vossa excelência revelou e esta Casa de Leis, através da secretária de Economia, que seu governo equacionou essa dívida e já tem disponível no Tesouro do Estado R$ 10 bilhões. E argumenta que esse superávit é resultado do ajuste fiscal fruto da renegociação da dívida de Goiás pelo prazo de 30 anos pelo Regime de Recuperação Fiscal (RRF)”.
Logo, Gomide começou a citar que o “ajuste financeiro” de escolha de Caiado “fez um corte profundo no direito dos servidores”, “nos investimentos para regiões do estado”, e “no atendimento em inúmeras demandas em diversos segmentos sociais”. O parlamentar argumentou que se no primeiro mandato Caiado priorizou o “ajuste fiscal”, “o momento agora é de resgate do déficit social, um governo com mais investimentos, mais realizações, onde o cidadão sinta a presença do estado”. Seguiu falando da Educação em Goiás, pediu que Caiado “devolva a titularidade” dos professores, ressaltou a importância de “valorizar” a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e a devolução dos 2% do orçamento que eram garantidos pela Constituição Estadual. Acrescentou a possibilidade de novos cursos, melhores estruturas físicas e novos concursos públicos.
Caiado responde
O governador devolveu a alfinetada sobre a “falta de investimento” na Educação goiana. Ao responder, Caiado disse que em seu Governo foram investidos mais de R$ 5 bilhões na Educação em conjunto com o Governo Federal. Destacou ainda que 1049 colégios foram reformados. Em seguida, Caiado aproveitou para apontar sobre os históricos de corrupção da gestão Marconi Perillo (PSDB) e as medidas que o deputado não tomou enquanto parlamentar. “Agetop, envolvida nos escândalos da corrupção. Era nesse momento que precisávamos de você Antônio Gomide, no qual a maioria das quadras das escolas eram usadas para movimentar caixa 2, e você nos alfineta falando sobre a Educação?”
Gomide, então, começou a listar sugestões para o segundo mandato do governador.
“Chamo a atenção para a triste realidade da fome em Goiás”, diz o deputado que aponta levantamento de que 850 mil goianos estão em situação de segurança alimentar. Lembrou a promessa de Caiado durante a diplomação, de ampliar a ação social do Governo e pede que considere como “meta número 1 deste novo mandato criar um programa de renda mínima”.
Em seguida, o deputado aponta a questão da data-base dos servidores, argumentou que os “salários foram corroídos” pela inflação e voltou ao superávit de R$ 10 bilhões afirmando que neste mandato o Estado teria caixa para pagar o direito dos funcionários públicos.
Gomide também falou que na primeira gestão Caiado criou a Secretária de Esporte e Cultura, confessou ser um ganho para Goiás, porém, rebateu a falta de relevância na atuação e falta de destaque no orçamento para investimentos. “Peço que vossa excelência dê oportunidade àqueles que produzem literatura, música, teatro, dança, cinema, eventos e artes plásticas”.
Acrescentou a falta, inclusive, de espaços para a prática de esportes e a falta de investimentos.
O parlamentar fala de “déficit habitacional” e dívida com o povo goiano. Citou a “dificuldade da Gehab em entregar moradias e pediu que, neste segundo mandato, o governador invista na construção de casas e apartamentos para a população de baixa renda”.
Por fim, Gomide ressalta a “questão da energia elétrica em Goiás” e apela para que Caiado não cometa o erro de privatizar a Saneago, a qual destacou como “estatal superavitária” e apontou que “subsídios cruzados” é a forma mais justa de levar o saneamento à população.