Assessores alertam que demora pode gerar “guerra interna” e atrapalhar a campanha de 2026
A aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (9) acendeu o alerta no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sendo aconselhado por seus auxiliares e aliados a indicar o substituto o mais rápido possível, preferencialmente ainda em 2025. A pressa visa evitar uma escalada de disputas internas no governo e garantir que Lula possa focar nas entregas de sua gestão em 2026, ano de eleição presidencial.
O movimento de bastidores no Planalto é para que Lula não prolongue a escolha do novo ministro. A avaliação dos aliados é que um vácuo na vaga de Barroso pode intensificar as “guerras” já existentes e criar novas fissuras no campo progressista, com diversos grupos e nomes disputando a indicação.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, confirmou a urgência do assunto, embora tenha defendido o tempo do presidente. “Essas decisões têm que ser rápidas, mas têm que ser bem ponderadas. O presidente tem o tempo dele, evidentemente. Ele tem uma viagem marcada para o exterior e creio que, na volta, isso deverá ser decidido”, afirmou Lewandowski na sexta-feira (10) em Belém.
O principal argumento dos assessores para acelerar a indicação é estratégico e eleitoral. Com a decisão tomada em 2025, Lula poderia concentrar todos os esforços de seu governo em 2026 nas entregas e políticas públicas.
Em um ano pré-eleitoral, no qual Lula deve tentar a reeleição, a energia do Planalto precisa estar voltada para o eleitorado, e não para gerenciar desgastes e brigas internas geradas por uma demorada e polêmica escolha para o STF.
Com o prazo de 2025 estipulado pelos aliados, o nome do novo ministro deve ser anunciado logo após o retorno de Lula da viagem internacional, cumprindo a meta de fechar o ano com o cenário no Supremo definido.