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Construtora de fachada que lavou R$ 10 mi é casa humilde em Samambaia

A Rhael Construção e Serviços faturou a quantia milionária mas, na verdade, o endereço abriga uma casa de aparência humilde, em Samambaia

Construtoras, fintechs e firmas de pagamentos e administração são alguns dos ramos de atuação das empresas fantasmas utilizadas para lavar milhões faturados com o tráfico de cocaína e maconha pela organização criminosa, alvo de operação da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da Polícia Civil do Distrito Federal, nesta quinta-feira (19/12).

De acordo com as investigações, uma das empresas de fachada era a Rhael Construção e Serviços. Aparente com dezenas de clientes e um faturamento milionário, a empresa viu entrar em seus cofres a quantia de R$ 200 milhões, contabilizados entre 1º de janeiro de 2022 e 16 de abril deste ano. No entanto, no endereço da empresa, existe apenas uma sala vazia, em um centro empresarial erguido em São Paulo.

Uma segunda empresa fantasma, que ainda não teve o nome divulgado pela polícia, segue o mesmo modelo de negócio mas embolsou uma fortuna um pouco menor, R$ 10 milhões. A curiosidade é que a firma fica em uma casa humilde localizada em Samambaia. Uma segunda empresa fantasma, que ainda não teve o nome divulgado pela polícia, segue o mesmo modelo de negócio mas embolsou uma fortuna um pouco menor, R$ 10 milhões. A curiosidade é que a firma fica em uma casa humilde localizada em Samambaia.

Além da Rhael, o bando ainda lavava dinheiro em outras empresas, todas sediadas em áreas nobres de São Paulo, como a Avenida Paulista. Todas são salas supostamente de coworking, onde esporadicamente o espaço é alugado para reuniões por grupos empresariais.

Faturamento

A GWIIIN Processadora de Pagamentos nunca prestou qualquer tipo de serviço na área a que se propõe. No entanto, ela recebeu em seus cofres R$ 66,5 milhões no mesmo período em que a Rhael faturou os R$ 200 milhões.

Milionário, o esquema que despejava centenas de quilos de cocaína nas regiões administrativas da capital da república foi desmantelado pela PCDF, nas primeiras horas desta quinta-feira (19/12). As investigações da operação Oleandro — espécie de planta tóxica que pode levar à parada cardíaca e à morte caso seja ingerida — mapearam a ação de um grupo estruturado e com funções bem definidas que transportava grandes quantidade de cocaína em meio a carregamentos de flores colhidas na cidade paulista de Holambra.

Com a participação de cerca de 200 policiais, a ação cumpre 23 mandados de prisão temporária e 46 de busca e apreensão, sendo 12 em Ceilândia, seis em Samambaia, um no Guará , dois em Águas Claras, quatro em Taguatinga, três no Gama, 10 em São Paulo, cinco em Foz do Iguaçu (PR), dois em Valparaiso e um em Goiânia (GO).

Além das prisões temporárias e mandados de busca e apreensão, os policiais pediram o bloqueio de 20 contas bancárias até o limite de R$ 10 milhões. Já quanto às pessoas jurídicas usadas para lavar o dinheiro, o valor a ser bloqueado terá como limite o montante de R$ 100 milhões.

A apuração da Cord identificou que o traficante que lidera o esquema mora em um condomínio de casas na Ponte alta, no Gama. A mulher dele, que atua como operadora financeira da organização criminosa, também foi detida.

A estrutura criminosa ainda conta com pelo menos três empresas de fachada criadas para lavar o dinheiro do tráfico. Todas ficam em São Paulo.

Pó no pólen

O motorista, funcionário de uma floricultura do DF — a empresa não tem nenhuma ligação com o tráfico de drogas — aproveitava as viagens até São Paulo para buscar flores e misturava os carregamentos de drogas entre os ramos de plantas a fim de despistar a fiscalização nas rodovias.

Quando chegava ao DF, a droga era rapidamente pulverizada entre uma série de pequenos traficantes que se encarregavam de vender a cocaína e a maconha no varejo. O motorista costumava receber R$ 1 mil quando buscava a carga na cidade paulista e recebia outros R$ 3 mil quando chegava com sucesso ao destino, no DF.

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