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Conta de energia terá um aumento de 52% na bandeira vermelha

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu pelo aumento do valor cobrado nas bandeiras tarifárias da conta de luz. A bandeira vermelha patamar 2 teve o maior reajuste e passou dos atuais R$ 6,24 para R$ 9,49. A deliberação ocorreu na manhã desta terça-feira (29/6).

“Proclamo que a diretoria da Aneel, por maioria, decidiu alterar a bandeira tarifária vermelha patamar 2 na metodologia utilizando o percentil 100, o que vai levar a um resultado de R$ 9,49 por cada 100 KW/hora de consumo”, disse André Pepitone, diretor-geral da agência.

O sistema de bandeiras tarifárias busca compensar o aumento de custos com a produção de energia. No Brasil, 61% da energia do país provêm de hidrelétricas. Com a falta de chuvas nas principais bacias hidrográficas, o governo é obrigado a acionar usinas termelétricas para dar conta da demanda. Essa fonte de energia, no entanto, é mais cara e causa mais prejuízos ao meio ambiente.

As bandeiras tarifárias, que variam de acordo com a dificuldade e custo para geração de energia, também têm caráter educativo, visando promover maior economia por parte dos consumidores. Especialistas, no entanto, têm questionado a efetividade do modelo e sugerido medidas que incentivem o uso da energia fora dos horários de pico — quando se exige mais das hidrelétricas, causando sobrecarga.

Durante a reunião, os membros da diretoria da Aneel ressaltaram que o pronunciamento do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na televisão, nessa segunda-feira (28), para falar sobre os problemas de geração de energia foi algo inédito. Ele discursou sobre a grave crise hídrica que atinge o país e afeta severamente o fornecimento de energia elétrica.

Albuquerque frisou que o país enfrenta uma das piores secas da história e que a crise que atinge as hidrelétricas no Sudeste e Centro-oeste é a maior em 91 anos. Ao comentar sobre a possibilidade do racionamento de energia, como ocorreu em 2001, ele argumentou que o sistema elétrico brasileiro evoluiu nos últimos anos e que a dependência das hidrelétricas — que era de 85% — passou a 61%.

Ele falou que o ministério está, juntamente com a indústria, desenvolvendo um projeto para incentivar o uso da energia elétrica fora dos horários de pico, mas afirmou que o esforço requer a participação dos cidadãos. E apelou para que as pessoas usem a energia de forma consciente. “O uso consciente e responsável de água e energia reduzirá consideravelmente a pressão sobre o sistema elétrico, diminuindo também o custo da energia gerada”, afirmou.