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Criminosos deram o “golpe da tenda” na comissão de formatura da PMDF

Em junho do ano passado, integrantes da comissão de formatura da corporação procuraram uma delegacia da PCDF para denunciar o prejuízo

Nem mesmo os recém-formados na academia da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) escaparam da lábia dos estelionatários que integravam a quadrilha da “tenda do golpe”, presa na manhã desta sexta-feira (5/1).

Em junho do ano passado, integrantes da comissão de formatura da corporação procuraram uma delegacia da Polícia Civil para denunciar o prejuízo referente ao aluguel de arquibancadas. O serviço, apesar de pago, não foi prestado.

Segundo as vítimas, em 26 de junho, a comissão pesquisou na internet um fornecedor para o evento que ocorreria no dia 29 do mesmo mês. A empresa escolhida foi a Bernardes Eventos LTDA, com sede em Planaltina (DF).

O grupo entrou em contato e negociou o serviço. Durante o contato, o fornecedor solicitou o pagamento de 50% referente a entrada e a assinatura de um contrato. O documento foi feito e a parcela, paga. Em 27 de junho, o fornecedor entrou em contato perguntando se poderia antecipar a montagem no dia seguinte, às 11h, e solicitou que o pagamento da segunda parcela fosse realizado às 18h36, o que foi feito.

No dia seguinte (27/6), às 11h43, o caminhão com a estrutura não havia chegado e o fornecedor informou que só iria após as 14h. Um minuto depois, ele informou que teve um problema no caminhão e que a montagem ficaria para o dia seguinte (quando ocorreria o evento).

No mesmo dia, às 17h34, ele enviou outra mensagem sugerindo que contratassem outra empresa e que estornaria o valor pago. A devolução não foi feita e o fornecedor não respondeu a nenhuma das mensagens enviadas.

Prisões

Presos em flagrante pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã desta sexta-feira (5/1) por integrar associação criminosa especializada em aplicar golpes durante a montagem de grandes eventos, os membros da quadrilha da “tenda do golpe” colocavam para alugar as estruturas, mas jamais montavam os equipamentos após inventar diversas desculpas aos clientes.

De acordo com as investigações da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), os presos Jefferson Antônio Pereira, Douglas Antônio Pereira Bernardes e Carine da Silva Pereira (foto em destaque), em conjunto com outros comparsas, usava cinco empresas para anunciar o falso serviço de aluguel de tendas para a prestação de eventos. As apurações identificaram que, na verdade, os golpistas usam empresas de fachada para cometer o crime.

Segundo apurado, o grupo utilizava as empresas JR Tendas, Bernardes Eventos, Bernardes Construções, Big Tendas & Toldos e Mulka Locações e Eventos para anunciar o falso serviço de aluguel. Os policiais descobriram que as lojas não estão sediadas nos endereços cadastrados, tratando-se de empresas de fachada.

Os estelionatários utilizavam o seguinte modus operandi: anunciavam os falsos serviços de locação de tendas e equipamentos para eventos por meio das empresas de fachada e, após serem contatados pelos interessados, os integrantes do grupo criminoso simulavam a contratação e exigiam o pagamento antecipado de 50% do valor pactuado, prometendo a instalação do equipamento na data do evento.

Desculpas

Na data ajustada, a tenda não era instalada e os integrantes do grupo criminoso davam desculpas sobre a instalação do equipamento e prometiam realizar a devolução dos valores pagos a título de sinal.

“Os autores acabavam se apropriando dos valores pagos antecipadamente e posteriormente deixavam de atender os telefonemas das vítimas e a responder as suas mensagens”, explicou o delegado-chefe da 5ª DP, João de Ataliba.

A PCDF ainda apurou que os golpistas atuam desde 2018 e teriam cometido mais de 50 crimes de estelionato por todo o Distrito Federal. Os autores estão sendo investigados pelos crimes de estelionato perpetrados e pelo crime de associação criminosa.

A pena, por cada crime de estelionato é de 1 a 5 anos de prisão. A pena pelo crime de associação criminosa é de 1 a 3 anos de prisão.

 

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