Suspeita teria usado dinheiro pagar academia, viagens, perfumes importados e até pagar mensalidades da faculdade do namorado
Uma cuidadora de 46 anos foi condenada por crimes de apropriação de bens, exposição a perigo de saúde e estelionato contra uma idosa de 87 anos na Asa Sul, em Brasília, no Distrito Federal. A vítima sofreu maus-tratos entre 2019 e 2021, período em que Aline Santos Joaquim a dopava para se apropriar de R$ 200 mil dela, conforme o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A denúncia do MPDFT revela que Aline era responsável pelos cuidados da idosa desde outubro de 2019 e, nesse período, ministrava medicações que davam sonolência, fraqueza e desorientação, e restringia a vítima de sair ou ver e conversar com familiares, que residiam em Fortaleza.
Além disso, a cuidadora contratou outra mulher, identificada como Noélia Maria de Souza, para morar com a idosa para auxiliar nos cuidados domésticos durante a Pandemia de Covid-19 e na administração dos bens. As duas agiam juntos e testemunhas relataram para a Polícia Civil do DF que a dupla agredia a vítima, além de submetê-la a condições degradantes.
Família descobre esquema de cuidadora contra idosa
A investigação começou após familiares perceberem as mudanças no comportamento da vítima e estranharem as dificuldades para se comunicar com ela, o que levantou suspeitas de que a idosa estava sofrendo um esquema de manipulação e abuso financeiro.
Consta nos autos ainda que a idosa sofreu prejuízos de mais de R$ 200 mil durante o período em que esteve sob os cuidados de Aline. A cuidadora usou os cheques e cartões bancários da idosa para pagar suas próprias despesas, como academia, Uber, viagens, perfumes importados, ir em restaurantes e até pagar mensalidades da faculdade do namorado.
A acusada também vendeu o carro da vítima por R$ 35 mil e tomou posse do dinheiro e ainda passou um apartamento da idosa para o próprio nome. A transferência foi anulada judicialmente, após o reconhecimento de fraude.
Em 2021, os familiares resgataram a vítima e a levaram para morar com outros familiares na capital cearense. Com o passar do tempo, a idosa conseguiu recuperar a autonomia e saúde, mas faleceu em 2022.