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Deputado goiano compara obesidade a feminicídio e causa revolta

Publicação feita por Cairo Salim causou polêmica no Instagram e internautas contestaram abordagem

O deputado estadual Cairo Salim (PSD) tem recebido uma enxurrada de críticas por publicar nas redes sociais um conteúdo do jornalista de direita Thiago Cortês de que a obesidade mata mais que o “feminicídio”.

O conteúdo foi compartilhado há quatro dias, mas até a publicação desta reportagem tinha mais de mil curtidas e cerca de 278 comentários, em sua grande maioria criticando a atitude do parlamentar.

Na legenda da imagem, Cairo Salim publicou texto apontado que a chance de uma mulher no Brasil morrer de doenças relacionadas à obesidade é centenas de vezes maiores do que assassinada por ser mulher, crime conhecido por feminicídio.

Na postagem consta também que “em 2021 houve 1.319 feminicídios no país, um recuo de 2,4% em relação ao ano anterior (que teve 1.351 vítimas), segundo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A média de mortes de mulheres por doenças relacionadas à obesidade é de 107 mil por ano, e os números aumentam em cada nova pesquisa!”.

O texto destaca ainda que “por causa da agenda feminista de ódio aos homens, as mulheres do século 21 estão sendo ensinadas a procurar por problemas imaginários e fechar os olhos para problemas reais”.

“Se você é mulher, deveria se preocupar com os riscos da obesidade e não com uma imaginária onda de assassinatos de mulheres por machistas que odeiam o sexo feminino. O maior risco de vida para você é acreditar na influencer obesa que vende uma doença como estilo de vida”, conclui.

No entanto, centenas de seguidores do próprio deputado reagiram e criticaram a forma da abordagem. Para muitos, não há uma relação entre o crime de feminicídio e a obesidade.

“Que absurdo. Não há como relativizar o quadro de feminicídio. Feminicídio sem aspas. É algo gravíssimo, sério e evitável. Sem nem mais o que dizer em relação a esse post”, escreveu uma seguidora.

“Ridículo esse post. Sem necessidade! Quer fazer alerta de obesidade, primeiro não ofenda que está acima do peso com foto, segundo, são duas situações totalmente diferentes: uma se dá ao distúrbio de comer, outra se dá dos caras acharem que tem domínio na mulher! Se precisasse do meu voto, era um a menos! Deixando de seguir em 1, 2”, respondeu outro internauta.

“Você está realmente comparando crimes contra as mulheres com uma questão de saúde?! Você tem assessoria para estudar e se preocupar com questões de violência e abuso em desfavor das mulheres? Como deputado presta um desserviço social, incita o ódio e incita o crime”, pontuou outro.

“Estude e atue mais para não divulgar matérias tendenciosas, preconceituosas, misóginas, retrógradas, machistas, sexistas, carregadas de falta de conhecimento social e amparadas de falta de bom senso. Com base em que se compara violência com saúde? Chega a beirar o absurdo exigir respeito de um deputado que busca “lacrar” com uma questão criminal ante a algo ligado a política pública. Estamos bem de representante legislativo mesmo. Ainda bem que de 4 em 4 anos tudo muda”, desabafou outro.

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