Amauri Ribeiro Amauri convidou os pastores da Assembleia, Henrique César e Ricardo Quirino, do Podemos e Republicanos, a fazer uma oração para tirar “as coisas ruins” trazidas para a Casa

Deputado Amauri Ribeiro (União Brasil) entra em mais um polêmica. Nessa quarta-feira (5), o deputado falou abertamente sobre a exposição de arte sobre religiões de matrizes africanas e origens indígenas, apresentada no saguão da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), classificando as obras como “entidades demoníacas”.
“Hoje de manhã, ao chegar na Assembleia, eu me deparei, no saguão, com a exposição de ‘Tranca Rua’, ‘Pomba Gira’, ‘Exu’, ‘Preto Velho’, que, pelo menos nas igrejas que eu frequento, são espíritos do d3mônio. Com cabeça de vaca, com vela, com oferenda…”, declarou.
Nas palavras do parlamentar, a Casa é aberta a todas as religiões, mas “tem que haver um limite”. Apesar de ter proferido “ me” desculpe”, ele continuou: “Eu respeito todas as religiões, mas religião para mim é aquela que tem ligação com um único Deus, que é Jesus Cristo. Agora, adoração a demônio dentro dessa Casa, eu acho que não é de boa espiritualidade. Para nós, deputados.”
Neste contexto, Amauri convidou os dois pastores da Assembleia, Henrique César e Ricardo Quirino, do Podemos e Republicanos, respectivamente, a fazer uma oração para tirar “as coisas ruins” trazidas para a Casa.
O Brasil se tornou um Estado laico a partir de 1890, e a intolerância religiosa é crime conforme a Lei nº 7.716/1989 (Lei do Racismo), que tipifica como crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões. O Código Penal brasileiro também prevê penas para crimes de discriminação religiosa, como a injúria qualificada. Mesmo com isso, o deputado Amauri Ribeiro realizou as declarações publicamente em novembro, lembrado como o mês da Consciência Negra.



