Em roda de conversa, homem teria proposto realizar uma vaquinha para pagar pela morte de autoridade. Em depoimento, suspeito negou ameaça e irá aguardar as investigações em liberdade.
Nesta segunda-feira (27), a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de um comerciante suspeito de ameaçar de morte o presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran- GO), o delegado Waldir Soares de Oliveira. O caso aconteceu depois que o Detran e a Polícia Civil iniciaram operações de combate ao comércio de peças roubadas e furtadas na região da Vila Canaã, em Goiânia. De acordo com delegado responsável pelo caso, Murillo Leal Freire, as ameaças foram feitas em uma roda de conversa onde o suspeito teria proposto a realização de uma vaquinha para levantar recursos para encomendar o assassinato do delegado Waldir.
Murillo Leal informou que a polícia tomou conhecimento do caso por meio de denúncia anônima. De acordo com o delegado, o mandado foi cumprido em caráter de urgência, pois, além de ser uma ameaça a uma autoridade pública, tratava-se também de um ataque às instituições envolvidas.
“A denúncia foi corroborada com elementos testemunhais e celulares que foram apreendidos na missão de busca e apreensão. A DEIC [Delegacia Estadual de Investigações Criminais] fez alguns levantamentos e identificamos o suspeito”, explicou Murillo Leal.
o delegado Waldir informou que só tomou conhecimento das ameaças por meio da Polícia Civil. “Tentaram constranger um agente público no exercício de sua atividade. Mas isso não vai intimidar nossas ações”, declarou o presidente do Detran-GO. Waldir Soares declarou que as autuações do departamento de trânsito tem incomodado empresas da região que atuam de maneira irregular na venda de peças automotivas. O presidente do órgão afirmou que já realizou reunião com cerca de 500 empresários da Canaã, onde reforçou que o Detran-GO iria atuar na regularização do registro das cerca de 4 mil empresas do setor de peças de veículos do estado.
Depoimento
O delegado Murillo Leal Freira informou que o suspeito negou que tenha feito as ameaças durante o depoimento. Ele foi ouvido e liberado em seguida. “As investigações seguem em andamento e o inquérito deve ser finalizado até o final da próxima semana”, informou. Caso haja materialidade que confirme o caso, o suspeito pode responder por crime de ameaça, cuja pena varia de um a seis meses de detenção ou multa. De acordo com Freire, a loja do suspeito já foi alvo das operações. Além disso, o comerciante possui passagens antigas pela polícia, por estelionato e associação criminosa.
O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia e a defesa do comerciante ainda não se apresentou à delegacia.