Secretaria de Estado da Educação de Goiás afastou temporariamente a diretora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré investigada por racismo contra funcionários.
Em atenção à solicitação de informações acerca de denúncia contra a gestora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, de Valparaíso de Goiás, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás esclarece, A gestora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, servidora efetiva, foi afastada nesta segunda-feira (27/03) preventivamente do exercício de suas funções de gestora escolar, ficando sem auferir as vantagens pecuniárias exclusivas de gestor escolar.
Foi instaurado processo disciplinar para apuração dos fatos e responsabilização conforme a legislação e adotadas medidas para designar um substituto imediato para o cargo, Secretaria de Estado da Educação – Governo de Goiás.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) abriu investigação por suposto crime de racismo e homofobia praticados pela diretora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, no município goiano de Valparaíso. Os alvos da servidora pública de 47 anos seriam funcionários de limpeza da instituição. Até o momento, a PCGO ouviu quatro pessoas. Uma das vítimas, de 32 anos, relatou que a gestora da escola tinha costume de humilhá-la e de chamá-la de “negra imunda”. Em outro episódio, a diretora teria chamado a funcionária da escola para recolher uma banana do chão, no pátio, e fazê-la limpar todo o espaço, enquanto a investigada teria acompanhado a cena rindo.
Uma segunda vítima, de 44 anos, contou à polícia que era perseguido pela diretora devido à orientação sexual e que, por muitas vezes, era chamado de “veado nojento”. Advogado das vítimas que formalizaram denúncias, Suenilson Saulnier de Pierrelevée Sá considerou as acusações “extremamente graves” e que envolvem, em tese, os crimes de assédio moral, injúria, difamação, calúnia, homofobia e racismo.
“Tudo isso, em um ambiente que deveria ser de ensino e aprendizado. Por óbvio, haverá a oportunidade à defesa dos envolvidos, contudo, em se confirmando as acusações, é um escândalo sem precedentes na estrutura da educação pública estadual”, avaliou o advogado.
A Secretaria de Estado de Educação de Goiás (Seduc-GO) informou que três professores do colégio registraram boletim de ocorrência, com denúncias de racismo e maus-tratos supostamente cometidos pela gestora. “Os documentos foram remetidos à Corregedoria e Procuradoria Setorial da Seduc-GO, na tarde de ontem (24/3), para análise e adoção das medidas legais cabíveis”, completou a pasta.
O tentamos contato com a investigada e, assim que tiver resposta, esta reportagem será atualizada com o posicionamento da diretora.