Ao menos oito pessoas foram convidadas a assinar cartas de demissão. “Se eu não assinasse, me demitiriam mesmo assim”, diz uma funcionária
Funcionários da empresa que oferece serviços a ministérios e outros órgãos públicos, foram demitidos na última semana, após a equipe protestar contra salários atrasados. O Metrópoles, parceiro do RADAR apurou que ao menos oito pessoas foram convidadas a assinar cartas de demissão.
Uma funcionária falou à reportagem que foi pega de surpresa no último dia 15. “Recebi uma mensagem na hora do almoço me convidando para a recepção. Chegando lá, a recepcionista me deu um papel de demissão para assinar. Quando eu perguntei qual era a motivação [da demissão], ela disse que era do meu interesse”, conta a mulher, que terá identidade preservada.
“Inicialmente, eu me neguei até que aparecesse alguém do setor de recursos humanos da empresa. Depois, eu assinei, porque a informação que eu recebi era de que, se eu não assinasse, eles iriam executar a demissão mesmo assim”, prossegue a ex-colaboradora.
Desde então, a mulher segue desligada da empresa, sem mais informações de quando vai receber valores referente a rescisão, seguro desemprego e outros benefícios. “Inclusive, já tem outra pessoa no meu lugar”, pontua.
Para a colaboradora, a demissão teve cunho político. Ela relembra que costumava protestar contra salários atrasados, durante os 18 meses em que atuou na empresa. “Sempre fui muito incisiva em cobrar que o pagamento fosse feito no dia certo, que a empresa tivesse responsabilidade contratual. Os funcionários que davam trabalho foram escolhidos para serem demitidos. Por dar trabalho, entenda-se cobrar os direitos”, relata a mulher.
“Foi uma punição política. Nunca sofri nenhum tipo de advertência, nem mesmo verbal. Mas, da minha parte, estou tranquila. Entendo que é muito melhor não ter nenhum tipo de ligação contratual com uma empresa que não cumpre condições de trabalho.”