Esquema de abuso de poder envolvia pagamento de R$ 300 por voto e fornecimento de combustível.

O ex-prefeito e candidato derrotado nas eleições municipais de 2024 em Joviânia, Renis Eustáquio Gonçalves, foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por crimes eleitorais graves. A investigação resultou na apreensão de mais de R$ 1,6 milhão em dinheiro vivo, configurando um esquema sofisticado de compra de votos e abuso de poder econômico ligado à sua campanha.
O Relatório Final do Inquérito Policial, com mais de 40 páginas, detalha o modus operandi utilizado pela campanha de Renis Eustáquio. A Polícia Civil encontrou evidências de distribuição de dinheiro organizada em um padrão específico:
Valor Total: R$ 1.625.417,00 apreendidos.
Cotas de Voto: O montante estava dividido em 5.451 maços de R$ 300, um valor que os investigadores consideram compatível com pagamentos individuais por voto.
Além da distribuição de dinheiro em espécie, a perícia realizada durante a investigação apontou outro método de compra de votos: abastecimento irregular de combustíveis. Registros detalhados mostram que veículos de eleitores, cabos eleitorais e colaboradores da campanha foram abastecidos sem o devido registro legal, reforçando os indícios de que vantagens indevidas eram oferecidas para garantir apoio eleitoral.
Indiciamento e Próximos Passos
Com base na coleta de depoimentos, documentos e resultados das perícias, a Polícia Civil concluiu que os investigados, incluindo Renis Eustáquio, ofereceram, prometeram e entregaram vantagens indevidas a eleitores. A prática configura crime previsto no artigo 299 do Código Eleitoral.
O relatório de indiciamento também faz uma recomendação específica: que a Receita Federal seja acionada para verificar e investigar a origem e a movimentação do dinheiro apreendido, que estava organizado para pagamentos diretos.
O caso segue agora para a Justiça Eleitoral, que decidirá sobre a denúncia e o prosseguimento da ação penal contra o ex-prefeito e os demais investigados.


