Em Goiás, Marconi tem histórico de oposição ao MDB, partido ao qual pertencia no início de sua carreira política, até o início dos anos 1990.
Para sobreviver e chegar às eleições de 2026, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) deve decidir e anunciar até o mês de março o futuro da legenda, que pode culminar em uma fusão com outro partido de maior capilaridade. Dentre os mais prováveis estão PSD e MDB. Caso qualquer uma das opções seja escolhida, o presidente nacional do sigla, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, tende a perder espaço, sobretudo em seu próprio estado.
Os dirigentes confirmaram que já abriram negociações com o PSD, partido comandado pelo ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro Gilberto Kassab, em torno de uma possível fusão com vistas às eleições gerais de 2026. Da mesma forma, conversa com o MDB, liderado pelo deputado federal Baleia Rossi. A intenção é lançar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como candidato à Presidência da República.
PSDB e MDB em Goiás
Em Goiás, Marconi tem histórico de oposição ao MDB, partido ao qual pertencia no início de sua carreira política, até o início dos anos 1990. Nas quatro vezes em que foi eleito governador de Goiás, Marconi teve como adversários emedebistas, incluindo Maguito Vilela e Iris Rezende.
No cenário atual, uma fusão entre os partidos com protagonismo de Marconi em Goiás tende a ser ainda mais impossível. Oposição do governador Ronaldo Caiado (UB), Marconi deve enfrentar dificuldades para ganhar espaço junto ao presidente estadual do MDB, o vice-governador Daniel Vilela, que deve disputar as próximas eleições estaduais como base governista.
PSD é opção?
O PSD, por outro lado, pode ser a opção mais viável, se não fosse a movimentação do senador Vanderlan Cardoso, presidente estadual do partido, que não pretende perder o posto. O ex-prefeito de Senador Canedo já teria procurado Kassab para articular a permanência do cenário como está, ou seja, mantendo ele como presidente e candidato à reeleição ao Senado em 2026, posto que Marconi almejou nas últimas eleições.
Além disso, o PSD se aproxima cada vez mais do governo de Caiado, com cargos e espaços sendo consolidados. Apesar das trocas de farpas, Vanderlan costuma ceder aos encantos do Palácio das Esmeraldas. Nos bastidores, Marconi tem afirmado que ocuparia a presidência estadual do PSD e levaria o partido para a oposição no Estado.
Declínio
Desde 2022, o PSDB tem enfrentado um processo de esvaziamento político. O partido não lançou candidato à presidência. Além disso, na última eleição municipal, os tucanos não elegeram vereadores em São Paulo e Belo Horizonte, os dois maiores colégios eleitorais do país, em franca demonstração de fraqueza política.
Para sobreviver, as conversas nos últimos meses têm abrangido diversos personagens. O partido já viu fracassar sua tentativa de aliança com o Cidadania, marcada por conflitos internos, e avalia ampliar a federação com o Solidariedade. Contudo, a fusão com o PSD desponta como o caminho mais sólido. Com o MDB, no entanto, se torna mais difícil.