Rede do tráfico era alimentada pela facção carioca. Descoberta ocorreu após uma prisão de um casal em Santa Maria
A prisão de um casal flagrado com R$ 1 milhão em drogas na BR-040, altura de Santa Maria, levou à polícia a um esquema de tráfico movimentado por garotas de programa residentes na capital. A droga, incluindo skunk e ecstasy, foi fornecida por integrantes do Comando Vermelho (CV) moradores da favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
A operação que prendeu a dupla ocorreu na noite dessa quarta-feira (19/2) e foi gerenciada pela Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil (Cord/PCDF). Uma denúncia anônima levou os policiais ao encontro do casal de namorados. Segundo as investigações, os dois saíram da capital em um carro alugado em uma locadora e seguiram para o Rio de Janeiro, em 14 de fevereiro, na intenção de buscar os entorpecentes.
Os sacos plásticos usados para embalar as drogas demonstram, para os investigadores, o nível de articulação e organização da facção criminosa. As drogas sintéticas e o skunk foram distribuídos em pequenos saquinhos, com a logo do CV e, posteriormente, colocadas em mochilas e bolsas.
Destino
De acordo com o delegado Marinho José Marcelo Neto, da Cord, os entorpecentes seriam vendidos nas festas carnavalescas da capital do país, principalmente as de alto padrão. No DF, além do casal, garotas de programa integravam o esquema e ficavam responsáveis pela venda dos entorpecentes nos eventos. Era como uma espécie de “contratação”, em troca de pagamento.
A polícia segue com as investigações para identificar outros envolvidos na empreitada criminosa. As equipes estiveram, ainda, na casa do casal, em Samambaia, e realizaram diligências. A operação denominada Pré-Carnaval contou com o apoio de viaturas, drones e monitoramento em pontos estratégicos. Ainda de acordo com o delegado, novas ações estão previstas para impedir a entrada de drogas no Distrito Federal durante o período festivo.
“Reforçamos que as denúncias anônimas podem ser feitas pelo 197. É importante que a população entre em contato e denuncie. Essa operação partiu de uma denúncia”, orientou o delegado Marinho.