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Gripe: disparada de casos e sinais parecidos com os da covid-19 exigem cuidados

O aumento de novos casos da influenza no Distrito Federal na última semana gerou a necessidade de novos cuidados com a gripe, que impactaram diversas atividades por todos os cantos da capital federal. As semelhanças entre os sintomas da gripe com os da covid-19 podem confundir inicialmente quem está doente e deixar aquela pulga atrás da orelha. Isso porque, existe também uma disparada no números de casos da covid-19 no DF. O analista de tecnologia e morador de Águas Claras, Felipe Galvão, de 22 anos, que testou positivo no final de 2021, afirma que os sintomas vieram de uma forma absurda do dia pra noite. O diagnóstico, segundo Felipe, veio após o momento mais cruel que a infecção.

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“Comecei a sentir os primeiros sintomas dois dias antes do Natal, quando a minha garganta começou a arder, mas pensei que fosse algo como sinusite, principalmente com essa época do ano. Na véspera do feriado, senti minha garganta doer mais, além de falta de disposição. Fui ao hospital e os médicos plantonistas me disseram para fazer um exame. No sábado de Natal, estava com muito cansaço e com febre, além da falta de ar, pressão muito alta e falta de apetite. Recebi na segunda-feira o resultado do exame que fiz no domingo pós-Natal, era positivo para influenza. O vírus piorou de um dia para o outro dentro do meu organismo”, afirmou Felipe.

Também moradora de Águas Claras, a professora Monaisé Madalena, 30, conta que sentiu dores e febre alta, além da falta de disposição para cumprir tarefas do dia. “Senti dores e tosse no fim de semana. Na segunda-feira, dia 27, a minha situação piorou e me deu muita vontade de ficar deitada, além da febre. No outro dia, amanheci pior e, a partir dessa evolução rápida dos sintomas, descartei que fosse covid-19. Quando o médico me examinou, ele já me disse que poderia ser um quadro de influenza, mas me indicou que fizesse o teste de covid-19 e influenza”, disse. “Nos outros dias, não tive tantos sintomas, mas sigo com cansaço no corpo, apesar de terem se passado 10 dias após o diagnóstico de influenza. Meu pai, por exemplo, precisou procurar atendimento médico, pela idade dele — 80 anos. O que mais me marcou foi a dor no corpo de repente, com muita tosse”, disse.

Especialista

Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, ouvida pelo Correio, o teste de antígeno pode sanar as dúvidas, mas existem sinais que podem facilitar o diagnóstico de uma ou outra infecção. Com a alta de transmissão da covid-19 agora, não dá para confiar no “achômetro”. “O termo tempestade perfeita se encaixou perfeitamente nesse momento. Apesar dos sintomas da influenza serem sintomas mais agudos, por exemplo: ‘o paciente dorme bem e acorda com sintomas, com dores no corpo, má disposição’. A covid-19 também pode apresentar esses sintomas. É exatamente agora, com a taxa de transmissão tão alta no DF, que não dá para confiar nos sintomas sem ter a comprovação de um exame”, advertiu.

“Tivemos vários fatores que contribuíram para que houvesse esse surto de covid-19 no DF, principalmente com essa nova cepa da H3N2 e coincidentemente, a vacina que estava em circulação no ano passado não contemplava essa cepa. Então o cenário foi se desenhando com uma onda de casos, sem proteção, seja pela vacina ou imunológica”, explicou.”Se por acaso existir alguma vacina da influenza disponível ainda, a gente já sabe que ela é composta das cepas que circulam mais no ano anterior. Com a nova variante que surgiu agora, chamada de variante Darwin ou H3N2, é bem provável que a próxima campanha de vacinação contemple a proteção dela”, afirmou.

Medicamentos

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que recebeu 4 mil doses da vacina contra influenza na última semana. As doses foram repassadas pela Ordem dos Advogados do Brasil, seção DF, depois que a entidade constatou a falta de imunizantes no DF. Segundo a pasta de saúde local, não existe um monitoramento de quantas doses restam para aplicação na capital federal e, caso o imunizante acabe nas unidades de saúde, não haverá reabastecimento dos estoques, porque não iniciou a campanha contra a gripe em 2022.

O Ministério da Saúde – responsável pelo envio das doses aos estados e Distrito Federal – não respondeu aos questionamentos da nossa reportagem sobre a possibilidade de envio de um novo lote de remédios. Um dos medicamentos que muitos brasilienses procuram para aliviar e tratar a doença no organismo é o Oseltamivir, mais conhecido como Tamiflu. Segundo a pasta desaúde, não há falta do medicamento nas concentrações de 30mg, 45mg e 75mg em nenhuma unidade básica de saúde que faz a distribuição.

De acordo com a pasta, o que pode ocorrer são “faltas pontuais” e, quando isso acontece, o gestor da unidade deve pedir reposição ao estoque central. Para a retirada deste medicamento, é necessário apresentar receita médica, cartão do SUS e documento de identidade com foto.