Bem-vindo – 19/06/2025 17:55

Grupo suspeito de golpes milionários usava ‘caixa mágica’ que fingia cópia de dinheiro para enganar vítimas, diz MP

Quatro suspeitos foram presos em Goiânia e SP. Segundo o Ministério Público, golpes foram aplicados em ao menos oito estados e variavam entre R$ 300 mil e R$ 1,2 milhão por pessoa.

De acordo com o promotor Juan Borges, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), primeiro, os representantes do grupo se passavam por ‘corretores’, que ficavam em busca de vítimas e se apresentavam a elas como investidores. Eles usavam carros de luxo e sempre estavam bem vestidos.

Durante o encontro com a vítima, montavam uma falsa fábrica de notas. Eles pegavam uma pequena quantidade de dinheiro da pessoa, colocavam na ‘caixa mágica’ de isopor, deixavam as notas de molho em uma água colorida e diziam que elas seriam copiadas, ou seja, o valor seria duplicado.

Enquanto isso, eles já tinham montado uma caixa idêntica antes de a pessoa chegar, mas com pouco dinheiro e muito papel em branco.

Eles distraíam a vítima e trocavam as caixas, ficando com o dinheiro deixado no início. Ainda falavam que as notas precisavam ficar de molho por 24h, e a pessoa só descobria o golpe no dia seguinte.

Dinheiro e relógios apreendidos durante operação do MP — Foto: Reprodução/MP-GODinheiro e relógios apreendidos durante operação do MP — Foto: Reprodução/MP-GO

Golpes de mais de R$ 1milhão

“A gente estima que, por mês, eram no mínimo dois a três golpes aplicados. Nesse patamar, de R$ 300 mil a um R$ 1, 2 milhão. Os encontros eram marcados em hotéis badalados, com bebidas caras, uma grande encenação”, disse o promotor.

Uma das vítimas, que não quis se identificar, conta que se sentiu humilhado por ter caído no golpe. Conforme o Ministério Público, algumas pessoas contaram que ficaram sem força para denunciar o caso porque sentiam vergonha.

“É porque foi um momento de fraqueza mesmo minha. De eu entrar nessa aí. Porque não existe esses milagres assim”, disse.

De acordo com o MP, a pena para os integrantes da quadrilha pode chegar a 82 anos de prisão, e na lei brasileira não é crime querer falsificar dinheiro, só se houver a falsificação de fato.

“Elas são vítimas, porque caíram numa ilusão. Em momento algum havia dinheiro falso ou fabricação de dinheiro”, disse o promotor Juan Borges.

Como o processo corre em segredo de Justiça, a reportagem não conseguiu verificar se os suspeitos citados na matéria seguem presos.

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