Alinne Marques é investigada em inquérito sobre grilagem de terras e ocuparia um cargo de coordenação na Secretaria de Trabalho.
O secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, afirmou, nesta quarta-feira (22/6), que o Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu tornar sem efeito a nomeação de uma advogada presa pela Operação Terra Livre, a qual desarticulou duas quadrilhas especializadas no parcelamento irregular de terrenos no Polo de Cinema de Sobradinho.
A coluna Janela Indiscreta revelou que Alinne de Souza Marques havia sido nomeada na mais recente edição do Diário Oficial para a vaga de coordenadora de Ações para o Trabalhador e o Empregador, da Subsecretaria de Atendimento ao Trabalhador e Empregador.
Para a função, receberia o salário de quase R$ 6 mil. Contudo, com a decisão da Casa Civil, o ato perde a validade oficial.
A advogada já havia ocupado uma cadeira na Secretaria de Trabalho até outubro do ano passado, quando foi exonerada.
De acordo com o inquérito encaminhado para a Justiça, Alinne Marques teria uma função importante no grupo investigado pelos policiais.
A coluna Janela Indiscreta acionou a Secretaria de Trabalho sobre a nomeação, mas não obteve retorno. O espaço será atualizado quando houver manifestação oficial do órgão.
A coluna Janela Indiscreta acionou a Secretaria de Trabalho sobre a nomeação, mas não obteve retorno. O espaço será atualizado quando houver manifestação oficial do órgão.
Advogada do DF é presa por “esquentar” documentos para grileiros
A operação
A Operação Terra Livre cumpriu quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. Segundo as investigações, os grupos brigavam pela posse ilegal de terras que pertencem à Terracap e são destinadas à concretização do Polo de Cinema. Trata-se, ainda, de área de proteção ambiental.
“Ainda que a ocupação estivesse ocorrendo de forma autorizada, notamos que os grupos rivais estavam realizando parcelamento irregular, em glebas abaixo de dois hectares”, disse o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado.
O que diz a defesa da advogada:
Após a reportagem publicada, a defesa de Alinne de Souza enviou nota negando as acusações contra sua cliente. “Não ficou provado qualquer envolvimento dela no suposto ilícito. Ressalta-se ainda que o processo tramita sob sigilo e essas informações são falsas. Sua inocência irá ser provada em momento oportuno. O que há muito claro é uma tentativa de criminalizar o nobre exercício da advocacia. A advogada é atuante em causas sociais e especialista fundiária, com atuação em diversos Estados da Federação, jamais fez ou faz parte de qualquer envolvimento com quadrilhas”, escreveu.
A defesa ainda destacou que Alinne estaria sendo alvo de perseguição. “Ela chegou a denunciar à 13ª DP supostas torturas, razão pela qual a defesa entende que pode estar havendo alguma retaliação. Igualmente também encaminhou diversas denúncias de seus causídicos sobre a grilagem que ocorria na área para à 13ª DP, bem como ao MP. A investigada recebeu diversas
ameaças de morte por parte dos grileiros … Ademais, analisando com profundidade os autos é possível averiguar que a investigada foi vítima de interceptação telefônica ilegal, pois a ilustre autoridade policial buscava na escuta informações sobre pessoa diversa e a advogada foi ouvida de forma fortuita enquanto conversava com uma cliente”, disse a defesa.