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Investigados por grilagem de terras transferiam imóveis falsificando documentos até com assinaturas de pessoas que já morreram, diz MP

Outra forma de atuação do esquema, de acordo com o promotor Douglas Chegury, era buscar terrenos de pessoas que moravam em outro estado. Um dos investigados é considerado foragido da Justiça.

O falso advogado Anderson Juvenal de Almeida e o empresário D’artagnan Costamilan investigados por grilagem de terras em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, são suspeitos de se apropriarem de imóveis fazendo as transferências por meio de documentos falsificados, de acordo com o Ministério Público de Goiás. Segundo o órgão, para isso, em um dos casos, os suspeitos utilizaram até mesmo a assinatura de uma pessoa já tinha morrido.

“Eles identificavam aquelas áreas que eram de interesse deles e que de certa forma estavam sendo descuidadas pelos seus legítimos proprietários e a partir daí eles produziam documentos falsos para legitimar”, explicou o promotor Douglas Chegury.

Segundo o MPGO, até a manhã desta terça-feira (1) D’artagnan está com um mandado de prisão em aberto e é considerado foragido da Justiça. À TV Anhanguera, a defesa dele afirmou que o homem comprou o imóvel e que, se há algum problema, que ele foi vítima de estelionato. Um dos terrenos que foi um dos alvos do grupo tem quase o tamanho de um campo de futebol. Segundo apurado pela TV Anhanguera, ele foi avaliado em mais de R$ 3 milhões. O dono do terreno, no entanto, morreu em 2015. Já a procuração falsificada, que “autorizaria” o falso advogado a vender o terreno do falecido dono, foi assinada em 2019. De acordo com o promotor, a pessoa que foi ao cartório fingindo ser o dono do terreno, para oficializar a transferência, não foi identificada.

“De posse dessa procuração, ele fazia a venda da área para o D’artagnan, que era o empresário chefe desse esquema de grilagem”, completou Douglas. Outra forma de atuação do esquema, de acordo com o promotor, era buscar terrenos de pessoas que moravam em outro estado.

“Teve um que comprou um lote em Formosa há 20 anos e morava em São Paulo. Existia uma loteadora que estava vendendo e muita gente de São Paulo comprou esses terrenos e deixava esse terreno valorizando na cidade, mas não tinha contato permanente com aquela área. Eles identificavam essas pessoas e falsificavam os documentos delas. A pessoa está viva, em São Paulo, por exemplo, e eles falsificavam os documentos”, acrescentou.

Da mesma forma, após conseguir fazer a transferência da terra, com o documento da procuração, o promotor explica que era feita a venda da área para o empresário.

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