Com 1 milhão de pessoas negativadas, Brasília fica atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro
A capital federal, que abriga mais de 4,2 milhões de habitantes, é a terceira do Brasil com o maior número de pessoas em situação de endividamento, ficando atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo o Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas do Brasil da Serasa. Para traçar o perfil do endividamento bancário, a instituição realizou um levantamento, no período de 23 a 29 de maio deste ano, com 921 credores de bancos, como o Banco do Brasil, Bradesco e Pic Pay, entre outros.
Conforme o relatório, Brasília possui mais de 1 milhão de negativações. Entre os inadimplentes com dívidas de banco, são 568.719 pessoas. De acordo com Giovani Inocente, da área de educação financeira da Serasa, o patamar é alto para a cidade. “No Distrito Federal, ao todo temos mais de 8 milhões de dívidas. Então, apesar de ele ser pequeno, ele apresenta uma atividade econômica grande. Isso se relaciona ao perfil do consumidor que ele tem. Então ele acaba aparecendo para cima nesse ranking”, destaca o educador financeiro.
Questionado sobre o perfil do DF, o educador financeiro Giovani aponta que pelo fato da localidade ser um centro de poder político, de grande circulação de pessoas, de migração e de alta renda, ela apresenta uma taxa de negativações alta, principalmente junto às instituições financeiras. São Paulo e Rio de Janeiro também vêm sendo protagonistas de índices altos. “Como as capitais recebem pessoas de várias outras cidades, elas acaba concentrando, junto ao seu próprio perfil, um maior volume de dívidas. Isso faz parte de um cenário maior no Brasil, que é o de ter muitas dívidas junto ao banco”, destaca Inocente.
Cartão de crédito é o principal vilão
O cartão de crédito segue como o principal responsável pelas dívidas no Distrito Federal — um reflexo da tendência nacional, segundo a pesquisa. De acordo com Giovani Inocente, 69% das dívidas no DF estão ligadas a essa modalidade. “O Distrito Federal não foge ao padrão do restante do país. O cartão de crédito é o vilão para quase todos os estados, representando sozinho 69% das dívidas. Em seguida vêm os empréstimos, que somam 56%”, explica o especialista.
Segundo ele, o juro elevado do cartão é o que o torna tão problemático. “Isso porque o cartão de crédito possui um juro muito alto. Então ele acaba sendo o vilão nesse momento”, comenta. A taxa de inadimplência no DF acompanha a média nacional, que aponta que ao menos metade da população está negativada. “Ele está na média, um pouquinho abaixo de algumas capitais, mas segue o padrão do Brasil, com pelo menos 50% da população negativada”, destaca Giovani.
Quando o perfil do devedor é analisado, nota-se que grande parte utiliza várias formas de crédito ao mesmo tempo — como cartão, cheque especial e empréstimos. “Ele quer usar o crédito para atender às necessidades, e, quando passa por uma situação como perda de renda ou desemprego, não consegue dar conta de tudo”, explica Giovani.
No Brasil houve um aumento de inadimplência, 77 milhões de brasileiros estão negativados. Há 35 milhões de consumidores, atualmente, com dívidas em bancos, conforme o cadastro da Serasa – sendo que 11 milhões deles têm contas atrasadas somente com as instituições financeiras. Ao todo, são mais de 65 milhões de dívidas relacionadas somente aos bancos.
Desbanca
O alto custo dos juros é uma das principais barreiras enfrentadas pelos inadimplentes na hora de regularizar sua situação. Giovani afirma que, embora exista o desejo de pagar, o valor final das dívidas inviabiliza os acordos. Para tentar reverter esse cenário, a Serasa tem realizado ações como o mutirão Desenrola, oferecendo condições especiais de negociação.
Entre 16 e 30 junho de 2025, a plataforma Serasa Limpa Nome disponibilizará mais de 400 milhões de ofertas de renegociação com instituições financeiras e securitizadoras parceiras. Neste período, alguns descontos podem chegar a até 97%, com parcelas a partir de R$ 9,90 e possibilidade de fechar acordos de até R$ 100. Para o Distrito federal, são 8 milhões de ofertas para a população negociar as dívidas. “O foco é criar uma condição realista para o consumidor conseguir quitar suas dívidas. O DF, apesar de ter uma população menor, concentra um volume elevado de dívidas devido ao seu perfil econômico”, conclui o educador financeiro, Inocente.
Saiba mais
Os consumidores interessados em renegociar dívidas podem acessar o mutirão Serasa Limpa Nome por diferentes canais: pelo site serasalimpanome.com.br, pelo aplicativo da Serasa (disponível nas lojas Google Play e App Store), pelo WhatsApp no número (11) 99575-2096 ou presencialmente em mais de 10 mil agências dos Correios em todo o país. No atendimento presencial, é cobrada uma taxa de R$ 4,20 por dívida negociada e R$ 3,00 por consulta ou reimpressão de boletos.
Para participar, basta baixar o aplicativo da Serasa, digitar o CPF e completar o cadastro. Ao acessar a plataforma, o consumidor pode visualizar dívidas e pontuação de crédito. Em seguida, deve clicar em “Ver ofertas” e escolher as condições de pagamento disponíveis com desconto aplicado. Depois de selecionar a melhor opção, é possível finalizar o acordo via boleto ou Pix e realizar o pagamento conforme a forma escolhida. A renegociação pode ser feita de maneira totalmente digital, com rapidez e segurança.
