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Marconi pode ser chamado a depor em CPI paulista sobre suspeita de desvio de recursos

Vereadores pressionam pela apuração de suspeitas de desvios em contratos do Jockey Club de São Paulo.

A Câmara Municipal de São Paulo articula a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades no uso de R$ 83,6 milhões em recursos públicos destinados ao Jockey Club de São Paulo. O pedido de instalação da CPI já conta com 25 assinaturas, número superior ao mínimo necessário, e pode levar à convocação do ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, citado em documentos e contratos ligados ao caso. A informação foi revelada pelo portal UOL nesta terça-feira (21/10).

A investigação foi motivada por uma reportagem do UOL que aponta suspeita de desvio de recursos provenientes da Lei Rouanet e do programa municipal TDC (Transferência do Direito de Construir). De acordo com a apuração, parte dos valores destinados à restauração do patrimônio histórico do Jockey teria sido desviada para empresas de fachada em Goiás, serviços sem comprovação e despesas sem vínculo com as obras, como jantares de luxo e diárias de hotel. Marconi é sócio do Jockey desde 2019 e conselheiro desde 2022 e tem ligação direta com empresas contratadas pelo clube.

Empresas e pessoas ligadas a Marconi Perillo aparecem no centro das negociações investigadas. A produtora cultural Elysium, sediada em Goiânia e ligada a ex-assessores e familiares do tucano, foi contratada para coordenar projetos do Jockey financiados com recursos públicos. Outra empresa citada é a Sapé Administração de Imóveis, de uma prima de Perillo, que recebeu pagamento por serviços sem justificativa técnica. Por essa relação empresarial, vereadores já admitem que Marconi pode ser chamado a depor para esclarecer sua participação.

O autor do pedido de CPI, vereador Gilberto Nascimento Júnior (PL), afirmou que a comissão deverá rastrear contratos, convocar testemunhas e exigir documentos. “A Câmara precisa investigar o destino do dinheiro público recebido pelo Jockey”, disse ao UOL. Além de Perillo, deverão ser chamados dirigentes do clube, representantes das empresas envolvidas e ex-gestores públicos que aprovaram os repasses. A Prefeitura de São Paulo já abriu uma fiscalização paralela após o Jockey não apresentar notas fiscais do TDC.

Em nota, Marconi Perillo negou qualquer irregularidade e afirmou que “é absurda qualquer tentativa de associar seu nome ao caso”. A Elysium também negou ilegalidades e disse que prestará esclarecimentos. A expectativa é que a CPI seja instalada nas próximas semanas, após acordo entre governo e oposição para definir a ordem de tramitação dos pedidos já protocolados no Legislativo paulistano.

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