Márcio Antônio Souza Júnior foi condenado a pagar uma indenização de R$ 300 mil por cometer racismo. A defesa do médico diz que a condenação é injusta.
O médico Márcio Antônio Souza Júnior, que filmou um caseiro negro acorrentado pelos pés, mãos e pescoço em uma fazenda na cidade de Goiás, afirmou à justiça que fez uma brincadeira errada. Júnior foi condenado a pagar uma indenização de R$ 300 mil por cometer racismo. A vítima disse que não vê a situação como uma brincadeira.
a defesa do médico afirma que ele é inocente e que recorrerá da condenação. “Reitera ser inocente e que não teve qualquer intenção de ofender, menosprezar, discriminar qualquer pessoa ou promover esse tipo de atitude, inaceitável em nossa sociedade. Recorrerá contra essa injusta condenação ao Tribunal de Justiça”, alegou em nota.
Porém, o caseiro filmado com os pés, mãos e pescoço acorrentados disse à justiça que não vê a situação da mesma forma que o médico. “[O funcionário disse] que não teve nenhuma vontade de gravar os vídeos e não vê a situação como uma brincadeira, pois se fosse, estariam todos iguais no vídeo, esclarecendo, por fim, que não são amigos”, destaca a sentença.
Após a repercussão, o médico publicou outro vídeo em que diz que não teve intenção de ofender. “A gente fez um roteiro a quatro mãos, foi como se fosse um filme, uma zoeira. Não teve a intenção nenhuma de magoar, irritar ou apologia a nada. Gostaria de pedir desculpas se alguém se sentiu ofendido, foi uma encenação teatral”, disse.
Apesar disso, o caso foi investigado pela Polícia Civil (PC), que indiciou o médico por racismo em março de 2022. Nesta segunda-feira (26), a juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás, condenou o médico a pagar uma indenização R$ 300 mil, que será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas.