Presos são investigados por homicídios, roubos, tráfico de drogas e armas. Mais de 100 policiais civis participam da operação, coordenada pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).
Após mais de um ano e seis meses de investigação, policiais civis da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor) da Polícia Civil do DF, desencadearam, na manhã desta sexta-feira (18/11), uma megaoperação contra integrantes da maior facção do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), responsáveis por homicídios, roubos, tráfico de drogas e armas. São cumpridos 21 mandados de prisão preventiva e 24 de busca e apreensão nas regiões administrativas de São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo 2, Planaltina, Ceilândia, Paranoá e nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
A operação denominada Saturação conta com o apoio do Núcleo de Fiscalização do Sistema Penitenciário do Ministério Público do Distrito Federal (Nupri/MPDFT) e visa coibir a reestruturação da célula brasiliense. Ao longo das apurações, os investigadores colheram provas que constataram a atividade ilícita de diversos membros da organização criminosa atuantes no DF, entre elas o esforço dos criminosos direcionados ao crescimento da facção na capital e a atuação dos líderes no estabelecimento de metas para o batismo de novos integrantes.
De acordo com os policiais, ficou comprovado, ainda, o planejamento orquestrado por faccionados para atacar componentes de facções rivais. Segundo as investigações, seria uma forma de garantir o “controle do crime” nos territórios onde a organização se faz presente. Nesta manhã, mais de 100 policiais civis do DF, de São Paulo e Minas Gerais saíram às ruas para o cumprimento dos mandados, inclusive no Complexo Penitenciário da Papuda e em unidades prisionais do Novo Gama (GO) e de Uberlândia (MG). As medidas visam a consolidação dos elementos probatórios já compilados, visando sedimentar a participação de cada integrante do grupo criminoso.
O PCC no DF
Mesmo com a transferência do chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, à Penitenciária Federal em Brasília, em março de 2019, o PCC não conseguiu se estabelecer no DF, segundo a delegacia de combate ao crime organizado, antiga Deco, hoje Draco/Decor, graças a um eficiente trabalho desenvolvido pelos policiais.
Em oito anos, a especializada desencadeou dezenas de operações voltadas ao combate às facções criminosas. Entre as operações de destaque estão a do Tabuleiro, em 2014; Palestina (51 denunciados), em 2015; e Legião (54 denunciados), em 2016. Em 2018, também foram realizadas as operações Prólogo (23 denunciados), Hydra (60 denunciados), Fora do Ar, que cumpriu 16 mandados de prisão e de busca e apreensão, e Continuum (14 mandados, sendo sete de prisão preventiva e sete de busca e apreensão).