Mulher filmada em show de Henrique e Juliano diz que foi estuprada ao lado do marido
Ela relata que desde que as imagens foram expostas na internet pessoas foram a seu local de trabalho fazer “piadinhas”, perdeu clientes, além de o marido também ter virado chacota.
Mulher de 31 anos filmada fazendo sexo em público durante show da dupla Henrique e Juliano, no dia 6 de junho, em Goiânia, com “outros caras” e na frente do marido, diz que não se lembra de nada, que foi “estuprada”, que não é verdade a versão de que “topou” o ato a troco de uma garra de whisky e levanta hipótese de ter sido “dopada”.
Segundo versão dela, a mulher relata que a última memória é de estar com o marido tomando cerveja. E que só descobriu, e viu, o que tinha acontecido no dia seguinte, quando uma pessoa enviou o vídeo no intuito de alertar o que estava circulando nas redes sociais.
“Eu lembro de estar bebendo cerveja, depois de uma luz no meu rosto e de falar ‘apaga a luz’, mas não tinha noção do que estava acontecendo, muito menos de que tinha alguém filmando. […] Minha vida não é mais a mesma depois dessa exposição toda. Eu quero expor a minha versão”, desabafou a mulher em entrevista ao G1.
Ela explica que o vídeo que mostra ela sendo abusada foi repassado junto a um relato de que ela e o marido ganhariam uma garrafa de whisky em troca de sexo. No entanto, ela afirma que essa versão não é verdadeira, porém, confessa que não se lembra de nada do que aconteceu, suspeitando que tenha sido dopada.
Ela acrescenta que estava com o marido e que ele também não tem nenhuma memória do que aconteceu. O esposo também tem sido alvo de chacota e, mesmo estando no local com ela, não teve nenhuma reação porque, apesar de ver, não entendia o que estava acontecendo.
“Eu jamais faria uma coisa dessas, nem uísque eu bebo. Meu marido também nunca deixaria isso acontecer. Quem filmou e enviou o vídeo divulgou [meus perfis nas redes sociais] e meu número”, contou.
A mulher relata que desde que as imagens e, consequentemente ela, foram expostas na internet, só recebe críticas, mensagens julgando sua conduta, pessoas foram a seu local de trabalho fazer “piadinhas”, perdeu clientes, além de o marido também ter virado chacota.
As filhas do casal também viraram alvos e foram atingidas pela repercussão. Devido a tudo isso, ela não consegue mais sair de casa e ir trabalhar.
“Ninguém veio me perguntar se era verdade o que estavam dizendo sobre mim. Todo mundo me julgando, não aguento mais essas piadinhas, está afetando demais a mim, minha família, meu serviço. Espero que seja feita justiça, que esse povo que está me difamando pague”, disse.
Após tomar conhecimento das imagens, ela diz ter procurado o 1º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia (região metropolitana da Capital), mas não foi convencida na unidade policiais de que “não valia a pena registrar” o caso.
“O homem que me recebeu disse que não valia a pena registrar, que logo as pessoas iam esquecer, que eu ia acabar me expondo mais, então voltei para casa. Mas a situação só piorava, cada dia mais gente publicava esse vídeo, então [na segunda-feira, dia 13 de junho] fui à Delegacia da Mulher”, lembrou-se.
Na unidade, ela disse que contou tudo que aconteceu, registrou um boletim de ocorrência sobre a divulgação das imagens, mas que foi orientada ir à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia.
“Fiquei horas lá esperando para ser atendida, até que me falaram que a delegada que ia me ouvir teve que ir embora, pegaram meu telefone, falaram que iam me ligar, mas não recebi retorno deles”, explicou.