Hayara Vitória Pereira Nunes, de 22 anos, foi presa na quinta-feira (6). Crimes aconteceram na casa onde suspeita morava com família e mantinha centro religioso.
A mulher suspeita de tortura e exploração sexual de adolescentes no Gama, no Distrito Federal, se apresentava como mãe de santo e, com o marido, mantinha uma casa de prostituição, segundo investigação da Polícia Civil (PCDF). Hayara Vitória Pereira Nunes, de 22 anos, foi presa na tarde de quinta-feira (6). Mãe de santo: sacerdotisa em religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda.
Além de tortura e exploração sexual, a mulher também é suspeita de lesão corporal grave e associação criminosa. Uma adolescente de 17 anos, vítima de tortura, teve as mãos e a língua queimadas e fugiu da casa. A reportagem não conseguiu contato com a defesa da suspeita. Segundo a Polícia Civil, ela não tem advogado constituido no processo. Ela passou por audiência de custódia e a Justiça manteve a prisão.
Os crimes aconteceram na casa onde Hayara Vitória Pereira Nunes morava com a família e que também funcionava como um centro religioso. Segundo a Polícia Civil, uma outra vítima, de 35 anos, também conseguiu fugir da casa de prostituição e procurou a corporação. A vítima estava com o braço quebrado e disse que era do Maranhão. Em depoimento, ela contou à polícia que tinha medo de ser morta.
De acordo com a Polícia Civil do DF, Hayara Vitória Pereira Nunes submetia outras mulheres e adolescentes a atos de “extrema violência física e psicológica” e explorava as vítimas para obter vantagens financeiras. A adolescente de 17 anos que teve as mãos e língua queimadas é transexual e relatou que foi morar com a suspeita em busca de mais liberdade. A mãe da vítima pegou as informações da mulher e chegou a visitar o local, e disse que foi bem recebida.
Segundo o delegado William Andrade Ricardo, da 14° Delegacia de Polícia do Gama, 15 dias depois de ir morar com a mulher, a adolescente começou a ser constrangida a se prostituir e a realizar serviços domésticos, “na justificativa de pagar despesas de moradia, água, enfim, gastos de sustento de uma pessoa”, fala o delegado. A mãe conta que um dia recebeu uma ligação informando que a filha estava sendo vítima de violência sexual e psicológica (veja vídeo acima). Depois de sofrer a tortura, a adolescente conseguiu fugir da casa e procurou a família.
No momento da prisão, a suspeita estava com o marido, algumas crianças e parentes. A Polícia Civil espera que, com a prisão da suspeita, outras vítimas sejam encontradas. “Um fato que chamou a atenção da investigação é que havia também outros, pelo menos um adolescente lá que, quando a equipe policial chegou para realizar a prisão, disse que frequentava o local e que talvez fosse morar ali”, diz o delegado William Andrade Ricardo.