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Opinião: Produtores que chamam Caiado de traidor não produzem comida e mal pagam impostos

Entendam, isso não é uma crítica ao agro, mas alguém precisa mostrar a realidade de uma categoria altamente privilegiada.

As falácias do agronegócio goiano, de que produz alimentos para a nossa mesa e que sua “taxação” vai impactar no aumento de preços nas gôndolas dos supermercados ou no custo de vida da população, não passam de “política do medo’, sempre implementada por setores que buscam conseguir o máximo de benefícios junto aos governos federal, estadual e municipal.

Entendam, isso não é uma crítica ao agro, mas alguém precisa mostrar a realidade de uma categoria altamente privilegiada.

qualquer título de imóvel rural, inclusive posse por usucapião.

AgropecuariaAgro exporta produção e não coloca comida na sua mesa.

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Nesse sentido, a alíquota do imposto considera a área total do imóvel e o GU (grau de utilização). Ou seja, quanto maior o tamanho da terra, maior será o imposto pago. Por outro lado, quanto maior o grau de utilização da terra para atividades de agricultura e pecuária, menor será o valor do imposto a ser pago. Ou seja, mais um privilégio para os grandes.

Eles pagam ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas detalhe vale lembrar que o ICMS pode ser recuperado em alguns estados. Em Goiás, o ICMS é desonerado pela Lei Kandir, em caso de exportação, ou seja, nada os agricultores pagam se mandarem os produtos para fora do país.

Caiado defende Fundeinfra: Terá aplicação direcionada e com transparência

Já a Tributação do Produtor Rural (Funrural) é a contribuição previdenciária da atividade rural, ou seja, é parecido com o INSS, mas voltado para os trabalhadores rurais. Logo, esse tributo é obrigatório, e precisa ser feito em cima da folha de pagamento ou sobre a receita bruta da comercialização de produtos rurais. Igualmente, o Funrural é obrigatório para todos os produtores (pessoa física e jurídica).

agronegocioProdutores do agro são os que menos pagam impostos

Nesse sentido, há descontos sobre a receita bruta da comercialização de produtos rurais.

E, claro, os produtores pagam IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), mas os empresários do agro pagam imposto como pessoa física e não jurídica, então é bom especificar que o valor recolhido pelo Governo é bem menor do que o de outros médios e pequenos empresários.

A princípio, a alíquota do IRPF varia entre 7,5% e 27,5% conforme o valor da receita. Da mesma forma, o resultado pode ser apurado da forma presumida. Neste contexto, a alíquota fica limitada a 20% da receita bruta.

Estes mesmos produtores cobram do Estado estradas com qualidade, ou seja, um tapete, para que suas frotas de caminhões possam trafegar com mínimo de gastos em manutenção possível. E os alimentos que daqui são vendidos ao exterior por bilhões de dólares, sem que paguem um real de imposto ao Governo Brasileiro. Isso se chama incentivo fiscal, que deixa apenas alguns produtores “podres” de ricos.

Enquanto isso, milhares de médios e pequenos empresários bancam as rodovias asfaltadas por meio de dezenas de impostos insanos. Mas são os proprietários de grandes fazendas que destroem nossas rodovias, com o excesso de cargas.

Um estudo feito em 2021 pelos geógrafos Marco Antonio Mitidiero Junior, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE), e Yamila Goldfarb, vice-presidenta da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), financiado pela Fundação Friedrich Ebert Stiftung, a mais antiga da Alemanha, aponta que o agro não produz alimento, empregos, riquezas para o Brasil e praticamente nem paga impostos

No levantamento, baseado em dados fiscais de produção, exportação, geração de empregos e de divisas, deixaram claro aos especialistas que o agronegócio construiu um discurso de que é o setor mais importante da economia nacional, mas os números apontam que o setor recebe muito e contribui pouco, ou quase nada, com o país.

Por exemplo, se agro é o ‘celeiro do mundo”, batendo recorde de exportação, porque há milhões de brasileiros passando fome ou em insegurança alimentar no Brasil. Te explico: porque a produção agrícola, soja e milho, são importadas para a produção de ração animal.

E quem coloca comida na mesa do brasileiro são os pequenos agricultores, que recebem pouco ou quase nada do setor público.
O arroz, feijão, verduras, legumes, frutas e ovos, consumidos na sua casa, saem da agricultura familiar, de comunidades quilombolas e indígenas.

Diante de tantos benefícios, o que é a taxação de 1,65% para produtores que gozam de benefícios fiscais, uma vantagem extra do Governo para que as fazendas e empresas possam gerar mais emprego e renda.

Os mesmos produtores querem que o governador tire recursos da Educação, da Saúde, entre outros, para bancar as rodovias, em um ano em que houve corte de arrecadação, após o Governo Bolsonaro e o Congresso reduzirem as alíquotas dos combustíveis e da energia elétrica.

Alguém precisa pagar a conta e, nada mais justo, que seja o agro – que é o que menos contribui.

Agora que você entendeu como funcionam as regalias do agro, se questione. Quem trai quem nessa disputa pela taxação em Goiás?

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