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PCDF faz busca na clínica do horror

Equipes da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), cumpriam, nesta quarta-feira (29/11), mandado de busca e apreensão em duas unidades de uma clínica de estética, antes conhecida como Corpus Elite, localizadas em Águas Claras e na Asa Norte.

Em depoimentos e prints chocantes, pacientes e ex-funcionários relataram que, na clínica, materiais descartáveis estariam sendo reutilizados, produtos vencidos seriam aplicados em clientes, e compostos, como a toxina botulínica, estariam sendo diluídos em outras substâncias ou substituídos por soro fisiológico antes de serem inseridos na pele. Á época, a empresa negou as acusações.

Após a denúncia do portal, donos da Corpus Elite, antiga Mulher de Classe, trocaram o nome do empreendimento ao menos três vezes.

Na manhã desta quarta-feira (29), a Divisão de Proteção ao Consumidor (DPCON), da Corf, verificou que, no local, eram mantidos em depósito medicamentos sem registro na Anvisa, os quais eram utilizados em procedimentos estéticos inadequados, causando risco à saúde dos consumidores.

De acordo com as investigações, em um dos casos, a vítima sofreu queimaduras de segundo grau. Os investigados se utilizavam de medicamentos sem registro na Anvisa como forma de baratear os procedimentos. Também foi constatado no local a presença de medicamentos vencidos e com a utilização indevida de responsável técnico.

A corporação identificou, ainda, que a atuação da empresa na Asa Norte funciona de forma clandestina.

Segundo a PCDF, a operação, que contou com a presença da Vigilância Sanitária, tem relevância em especial por conta de se tratar de final de ano, época em que os
crimes contra as relações de consumo tendem a aumentar por conta da própria demanda. Nessa ação, foi lavrado termo por parte da Vigilância Sanitária.

O caso

Por dias, o Metrópoles conversou com ao menos 30 ex-colaboradores da Corpus Elite, antiga Mulher de Classe. Alguns movem processos trabalhistas contra os proprietários da clínica, Gabriel Michetti e Ana Thays Rodrigues de Oliveira, por assédio moral, direitos suprimidos e falta de pagamento, ou têm ocorrência registrada por calúnia e difamação.

As declarações, acompanhadas de áudios e prints de conversas de grupos de WhatsApp da empresa, repetem histórias semelhantes de horrores que ocorrem no interior da clínica de estética.

“Material que deveria ser usado uma única vez, a dona Ana Thays mandava a gente reutilizar em várias pacientes. Gel de depilação, por exemplo, ela mandava raspar da pele da cliente, mesmo que estivesse em partes íntimas, e guardar dentro do pote para ser usado em outra pessoa”, disse uma ex-funcionária. “Botox, ela vendia. Contudo, quase nunca era a toxina em si. Na maioria das vezes, ela mandava aplicar soro no lugar”, relatou.

 

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