Ao todo, a polícia identificou mais de 150 transferências bancárias, no valor total de 600 mil
Um idoso de 75 anos foi alvo de um golpe que durou cerca de 10 anos e resultou em um prejuízo superior a R$ 600 mil. Segundo a Polícia Civil, ele foi induzido a realizar depósitos semanais, vender bens e até pedir dinheiro emprestado aos familiares. O caso veio à tona nesta quinta-feira (2), quando a corporação deflagrou a Operação Vulnerabilis, em parceria com a Polícia Civil do Distrito Federal, que resultou na prisão de três suspeitos e no cumprimento de dois mandados de busca e apreensão.
De acordo com a investigação, o golpe começou quando um dos suspeitou entrou em contato com o idoso com a promessa de regularizar uma área de terra. Desde então, a vítima sofria forte pressão psicológica para continuar transferindo os valores. Para seguir com o estelionato, os suspeitos faziam o idoso acreditar que, se parasse de pagar, perderia todo o dinheiro já investido.
A delegada Lara Soares, responsável pelo caso, explicou que o filho da vítima foi quem percebeu que havia algo errado e procurou a delegacia. “Esse caso veio à tona porque o filho da vítima percebeu mudanças no comportamento do pai. Ele chegou a se mudar para Brasília para ficar próximo desse indivíduo. Durante anos, a vítima foi coagida a fazer depósitos semanais, vender joias e até pedir empréstimos a outros familiares. É um padrão clássico de golpe contra pessoas vulneráveis.”
De R$ 3 mil e R$ 5 mil por semana
Ao todo, a polícia identificou mais de 150 transferências bancárias: “Verificamos que, nos últimos cinco anos, foram mais de 150 depósitos, alguns de R$ 3 mil e R$ 5 mil por semana. O suspeito criava um ciclo de promessas e ameaças, dizendo que, se a vítima parasse de investir, perderia tudo. Isso gerava mais pressão para que continuasse enviando dinheiro.”, disse a delegada.
A investigadora também destacou a situação do idoso. “Ele já apresentava sinais de problemas cognitivos, de Alzheimer e está interditado desde o ano passado. Esse é um crime grave porque envolve exploração da vulnerabilidade de uma pessoa idosa, com transtornos psicológicos e perda de autonomia.”
Os presos foram levados para delegacia e o material apreendido vai passar por perícia. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e verificar se há mais vítimas do grupo. Atualmente, o idoso está sob os cuidados da família.