Suspensão ocorreu após o estado afirmar que a ação ajuizada pelo Ministério Público (MP) viola as leis de separação de poderes. O órgão informou que irá recorrer da decisão.
A instalação obrigatória de câmeras e equipamentos de áudio nas fardas e viaturas dos agentes da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Anápolis, a 55 km de Goiânia, foi suspensa pela Justiça nesta quinta-feira (4), após o Tribunal de Justiça (TJ) aceitar o pedido do Governo de Goiás. Na decisão, a Procuradoria Geral do Estado (PDE) afirmou que a ação ajuizada pelo Ministério Público (MP) viola as leis de separação de poderes.
O órgão também disse que já está adotando ações para reduzir o uso da força e evitar a letalidade policial. Em nota, o MP informou que as promotoras e promotores de Anápolis que subscreveram a ação irão recorrer da decisão.
No documento, a PGE argumentou que a instalação das câmeras poderia gerar um risco grave à economia, uma vez que não existem recursos previstos para a compra e instalação dos equipamentos. O órgão também explicou que a medida poderia resultar no “não engajamento de policiais em atividades de conflito como consequência da intimidação ocasionada por um regime de vigilância constante que lhes é imposto”.
Projeto-piloto
A juíza Mônice de Souza Balian Zaccariotti havia determinado, a pedido de promotores de Justiça, que fossem implantados os equipamentos nas fardas e viaturas da Polícia Militar (PM), em Anápolis. A juíza havia estabelecido prazo de 90 dias para que o governo estadual elaborasse um plano para a redução da letalidade policial, sendo que a execução deveria ocorrer em seis meses.
O município anapolino, que possui o quarto maior índice de mortes decorrentes de intervenções policiais de Goiás, seria utilizado como palco para o “projeto-piloto”. As despesas com o projeto deveriam ser arcadas pelo Ministério Público de Goiás (MP) e um relatório deveria ser enviado a cada seis meses.
Pesquisa aponta que mais de 80% dos goianienses aprovam atuação da PM
Estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Percent Brasil, realizada entre os dias 29 de março e 05 de abril a pedido do portal G5News e do programa Goiás Agora, da PUC TV, aponta que 33,3% dos eleitores avaliam a atuação da Polícia Militar em Goiânia como ótima, 50,4% boa, enquanto 9,5% consideram ruim e 3,9% péssima. Outros 3% não quiseram ou não souberam responder.
Se somados, ótimo e bom, a avaliação positiva da PM atinge 83,7% contra 13,4 de ruim e péssimo. A avaliação dos militares fica ainda maior quando o instituto dá opção regular. Neste quesito, 32,2% consideram ótima, 44,4% boa e 13,4% regular. Já para 4,5% a forma que a polícia age é ruim e 3,9% dizem ser péssima. Outros 1,9% não souberam ou não responderam.
Quando somados as opções ótima, boa e regular, a aprovação atinge 89,8%. Além de medir o grau de satisfação dos eleitores, os pesquisadores da Percent fizeram uma pergunta de forma direta, quando o entrevistado só pode responder se aprova ou reprova a atuação da Polícia Militar de Goiás. Diante deste questionamento, 80,9% aprovam a atuação da polícia, enquanto 11,3% reprovam e 7,9% não souberam responder.
Do total de entrevistado, 45,5% são do sexo masculino e 54,5% do sexo feminino, com idade entre 16 e 60 anos. Os entrevistados são residentes das regiões Central, Sul, Sudoeste, Oeste, Mendanha, Noroeste, Vale Meia Ponte, Norte e Leste da Capital. A renda salarial familiar figura entre R$ 1,3 mil a mais de 10 salários-mínimos. O intervalo de confiança é de 95%, isto é, se o levantamento fosse realizado outras 100 vezes, em 95 deles teriam o mesmo resultado.