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Perillo acorda com PF na porta em investigação de fraudes e desvios de dinheiro da Saúde de Goiás 28 MI

Ex-governador, ex-primeira-dama e filhas têm sigilos bancários quebrados em investigação sobre desvios na saúde entre 2012 e 2018. Segundo a CGU, o esquema envolvia terceirização excessiva, contratos genéricos e pagamentos irregulares

Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), “acordou” com a Polícia Federal batendo à porta, no início da manhã desta quinta-feira (06), no âmbito da Operação Panaceia. Perillo, atual presidente nacional do PSDB, é alvo da investigação que apura possíveis fraudes e desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em dois hospitais estaduais de Goiás, entre 2012 e 2018.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 28 milhões dos investigados, mas, segundo informações da PF, o montante desviado pode ser ainda maior. Além da suspeita de desvio de recursos, a investigação também abrange os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A família de Perillo também entrou na mira da investigação, com a quebra de sigilo bancário do ex-governador, da ex-primeira-dama Valéria Perillo e das filhas do casal. A Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, sendo 10 em Goiânia e 1 em Brasília, expedidos pela 11ª Vara Federal. A operação contou com 46 policiais federais e quatro servidores da Controladoria-Geral da União (CGU).

As investigações tiveram início em 2019, a partir de denúncias anônimas e da parceria entre a CGU e a PF. Os contratos sob suspeita foram firmados entre a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás e a Organização Social (OS) Instituto Gerir, responsável pela gestão dos hospitais. Segundo a CGU, o esquema envolvia terceirização excessiva e contratos genéricos, dificultando a fiscalização e favorecendo pagamentos irregulares.

Os documentos analisados apontam que contratos foram firmados com objetos semelhantes, indicando sobreposição de serviços e desperdício de dinheiro público. Empresas ligadas aos gestores da OS foram contratadas e, posteriormente, repassaram recursos a agentes públicos e administradores da entidade, em uma prática vedada por lei. A investigação segue em curso para determinar a extensão dos desvios e responsabilizações.

Marconi Perillo (PSDB) já foi preso pela Polícia Federal, enquanto prestava depoimento no âmbito da Operação Cash Delivery, que investigava pagamento de propinas em campanhas eleitorais. O ex-governador teve a prisão decretada quando iniciava seu depoimento na Superintendência da PF em Goiânia, em 10 de outubro de 2018.

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